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Toffoli diz não se arrepender de inquérito das fake news

Ministro abriu a investigação em 2019

Pleno.News - 12/11/2022 09h13 | atualizado em 14/11/2022 16h47

Ministro Dias Toffoli Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (11), que não se arrepende do chamado “inquérito das fake news”. O rol de investigados inclui o presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos e parlamentares aliados do governo.

– Eu não me arrependo do inquérito que foi muito criticado, em março de 2019, que eu abri para investigar as fake news e os seus financiadores, muitos financiando inverdades para atacar as instituições democráticas, em especial o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional – disse o ministro na palestra de encerramento do Congresso Nacional das Sociedades de Advogados.

A investigação foi aberta pelo ministro em 2019, quando ele era presidente do STF, com base em um artigo do regimento interno do tribunal e sem requisição do Ministério Público. O plenário referendou a decisão em julgamento no ano seguinte.

O inquérito virou alvo de críticas porque o STF acumulou papéis de vítima, acusador e julgador. Desde a sua criação, a investigação foi prorrogada cinco vezes e chegou a ser apelidada de “inquérito do fim do mundo” – expressão cunhada pelo ministro aposentado Marco Aurélio Mello, o único a votar contra a investigação por considerar que o Judiciário não poderia agir sem ser provocado.

Toffoli disse que um dos maiores desafios para o Judiciário é encontrar os limites para a liberdade de expressão diante das fake news. O ministro afirmou que atores sociais e políticos “buscam abrigo na liberdade de expressão para cometer crimes” e defendeu a necessidade de “enfrentar as narrativas que se colocam contra a ciência, a racionalidade e as instituições”.

EXPOSIÇÃO
Toffoli reconheceu que o STF passa por um momento de “superexposição”, mas em sua avaliação o tribunal não tem buscado protagonismo na vida política do país. O ministro acredita que o Supremo virou uma “espécie de árbitro de tudo” porque há uma judicialização exagerada e rechaçou a ideia de “ativismo judicial”. Ele lembrou, por exemplo, do julgamento extraordinário no plenário virtual para decidir se o Brasil poderia sediar a Copa América.

– O Supremo Tribunal Federal é demandando sobre tudo e a todos – disse.

O ministro reconheceu, no entanto, que a corrida ao tribunal gera um “desgaste” para o STF. Para Toffoli, o Poder Judiciário “paga o preço” ao “mediar tensões, frear abusos de agentes públicos e privados, sustentar bases constitucionais da convivência democrática, as liberdades fundamentais e os direitos de minorias”.

Apesar da exposição, Toffoli disse que o Judiciário soube “repelir com energia” os ataques e contribuiu para “manter a paz social”. Ele também disse que o sistema de Justiça brasileiro saiu fortalecido dos embates recentes e que o Supremo Tribunal Federal “mais acertou do que se equivocou”.

– Mesmo com as incompreensões e com a alta exposição – afirmou.

– O Judiciário brasileiro exerceu um protagonismo que não buscou, mas atuou com firmeza, responsabilidade e prudência. Assim se manteve em sintonia com as sensibilidades, animosidades e urgências que marcam os tempos atuais e contribuiu sim para manter a paz social. Não foi fácil mantê-la, mas ela foi sim mantida – concluiu.

*AE

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