Henrique Gimenes - 13/08/2018 14h48

O presidente Michel Temer afirmou, nesta segunda-feira (13), que é uma ilusão considerar que presidentes da República são os únicos responsáveis por decretos. A declaração foi dada durante uma reunião do Palácio do Planalto.

Temer é investigado pela Polícia Federal por ter atuado na edição de um decreto que alterou regras do setor de Portos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) vê indícios dos crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro. Sem citar o processo específico, o presidente disse ser uma “ilusão” acreditar ele redige, assinada e mandar publicar decretos, já que o texto passa por outros ministérios.

– Muitas vezes eu verifico que decretos por mim assinados, que foram objeto de estudos preliminares e dos quais tomo conhecimento muitas vezes apenas no dia para ser assinado ou uma semana depois, o que se alega é que o presidente da República quis beneficiar uma ou outra empresa. E isso, meus senhores, gera procedimentos investigativos que alcançam cinco ou seis mil páginas para revelar o óbvio: ou seja, que durante muito tempo se deu todo um processo, um caminho administrativo, para chegar ao presidente da República – explicou.

A reunião da qual o presidente participou foi para discutir um decreto sobre relicitações. Michel Temer disse que tornou o encontro público para evitar que a assinatura fosse vista como um “desejo ilícito de favorecer empresa tal”.

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