Henrique Gimenes - 16/10/2017 15h46 | atualizado em 16/10/2017 16h48

O presidente Michel Temer escreveu, nesta segunda-feira (16), uma carta endereçada a parlamentares com a intenção de se defender das acusações feitas pelo empresário Lúcio Funaro em sua colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Segundo o texto, Temer afirma que “jamais poderia acreditar que houvesse uma conspiração para me derrubar da Presidência da República. Mas os fatos me convenceram. E são incontestáveis”.

O presidente diz ainda ter “sido vítima, desde maio, de torpezas e vilezas que pouco a pouco, e agora até mais rapidamente, têm vindo à luz”. No texto, Temer ressalta também que a delação premiada do ex-deputado Eduardo Cunha não foi aceita porque Rodrigo Janot queria que o ex-deputado incriminasse o presidente da República.

– Em entrevista à revista Época, o ex-deputado Eduardo Cunha disse que a sua delação não foi aceita porque o Procurador-Geral exigia que ele incriminasse o presidente da República. Esta negativa levou o procurador Janot a buscar alguém disposto a incriminar o Presidente. Que, segundo o ex-deputado, mentiu na sua delação para cumprir com as determinações da PGR. Ressaltando que ele, Funaro, sequer me conhecia – escreve.

Em depoimento prestado por Lúcio Funaro à Procuradoria-Geral da República, o operador do PMDB afirmou que o presidente Michel Temer receberia parte de propina negociada em esquemas de corrupção do qual o ex-deputado Eduardo Cunha seria o chefe.

Na carta, Temer alega ser “vítima de uma campanha implacável com ataques torpes e mentirosos. Que visam enlamear meu nome e prejudicar a República”. Segundo o presidente, “afirmações falsas, denúncias ineptas alicerçadas em fatos construídos artificialmente” teriam sustentado “as mentiras, falsidades e inverdades que foram divulgadas”. Para ele, “a armação está sendo desmontada”.

– O que me deixa indignado é ser vítima de gente tão inescrupulosa. Mas estes episódios estão sendo esclarecidos – declarou.

No texto, Michel Temer também destaca feitos econômicos de sua gestão, como a redução do índices de inflação, da taxa básica de juros e a geração de postos de trabalho.

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