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Temer diz que Lula devia admitir que se expressou mal sobre Israel

Entretanto, ex-presidente considera que pedido de desculpas por fala sobre Holocausto é "exagero"

Pleno.News - 07/03/2024 09h47 | atualizado em 07/03/2024 10h26

Michel Temer e Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

O ex-presidente Michel Temer disse, nesta quinta-feira (7), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria admitir que se expressou mal ao comparar a guerra em Gaza com o Holocausto perpetrado por Adolf Hitler contra judeus na Alemanha. No entanto, o ex-mandatário acha que a exigência por parte de Israel de um pedido de desculpas de Lula é “um exagero”.

– Para o presidente pedir desculpas, acho que há um certo exagero. O que ele poderia ter feito era, logo em seguida, quando repercutiu negativamente, vir a público e dizer que tinha sido mal interpretado. E talvez mal interpretado por ter se expressado mal. Isso deveria ter sido feito já no dia seguinte, para paralisar qualquer reação – avaliou, ao chegar à Brazil Emirates Conference, realizada pelo Lide em Dubai.

Para Temer, a fala de Lula e a reação do governo israelense levaram a um embate desnecessário entre as diplomacias dos dois países.

– Ainda há tempo para a diplomacia brasileira dizer que [o tema] foi mal expressado, mal interpretado. Mas todo o respeito e toda a tristeza por aquele evento tão trágico, como foi o Holocausto – acrescentou.

O ex-presidente lembrou que a tradição diplomática do Brasil sempre foi pelo multilateralismo, ou seja, “se dar bem” com todos os países.

– No episódio Israel-Palestina, a posição tradicional do Brasil é propor a paz, que se consegue pela criação dos dois Estados. Eu sempre tomei essa cautela em todas as vezes que ia falar sobre isso na ONU ou em conferências internacionais – completou.

PESQUISA
Como mostrou o Broadcast Político nesta quarta (6) o índice de aprovação de Lula piorou de 54% para 51%, de acordo com pesquisa Genial/Quaest realizada entre os dias 25 e 27 de fevereiro, já após as declarações do presidente sobre o conflito. Já a desaprovação à atuação de Lula aumentou de 43% para 46% no mesmo período.

Segundo o levantamento, os índices foram puxados principalmente pela opinião dos evangélicos no que diz respeito às declarações de Lula sobre o conflito entre Israel e Palestina. A comparação com o Holocausto foi considerada exagerada por 60% dos entrevistados e por 69% dos evangélicos.

Ainda nesta quarta, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, admitiu que a declaração do chefe do Executivo sobre a atuação de Israel em Gaza teve impacto na pesquisa, mas reforçou que o governo não irá alterar o seu posicionamento sobre a guerra.

*AE

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