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Temer diz que intervenção no Rio foi construída com Pezão

Presidente fez um pronunciamento nacional nesta sexta. Ele reiterou que o crime quase tomou conta do Rio de Janeiro

Henrique Gimenes - 16/02/2018 21h09 | atualizado em 16/02/2018 22h00

Em pronunciamento, presidente Michel Temer afirmou que o acordo de intervenção federal foi construído com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão Foot: Agência Brasil/Valter Campanato

Na noite desta sexta-feira (16), o presidente Michel Temer falou, em rede nacional, sobre a intervenção federal no Rio de Janeiro. Durante o pronunciamento, Temer afirmou que a medida foi construída em conjunto com o governador do estado, Luiz Fernando Pezão.

Com a medida, o comando das polícias Civil e Militar no estado, além da Secretaria de Administração Penitenciária e o Corpo de Bombeiros, é repassado às Forças Armadas. Temer nomeou o general Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste, como interventor do estado.

No pronunciamento, o presidente reiterou o que havia afirmado em discurso mais cedo, de “que o crime organizado quase tomou conta do estado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo país e ameaça a tranquilidade de nosso povo”. Ele reafirmou ainda que essa foi a razão de ter tomado a medida. O resto de sua faka foi semelhante ao que já havia dito durante a assinatura do decreto.

A medida agora precisará passar pelo Congresso Nacional para manter a validade. A votação na Câmara dos Deputados está marcada para a próxima segunda-feira (19).

Veja a íntegra do pronunciamento:

Boa noite.

Venho até você para fazer uma importante comunicação. Você sabe que o crime organizado quase tomou conta do estado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo país e ameaça a tranquilidade de nosso povo. Por isso, decretei hoje intervenção federal na Segurança Pública no Rio de Janeiro. Tomo medida extrema porque assim exigiram as circunstâncias.

O governo dará respostas duras, firmes e adotará todas as providências necessárias para derrotar o crime organizado e as quadrilhas. Não aceitaremos mais passivamente a morte de inocentes. É intolerável que estejamos enterrando pais e mães de família, trabalhadores honestos, policiais, jovens e crianças.

Estamos vendo bairros inteiros sitiados, escolas sob a mira de fuzis, avenidas transformadas em trincheiras. Não vamos mais aceitar que matem nosso presente, nem continuem a assassinar nosso futuro.

A intervenção foi construída em diálogo com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Nomeei interventor o Comandante Militar do Leste, General Walter Souza Braga Netto, que terá poderes para restaurar a tranquilidade do povo. As polícias e as forças armadas estarão nas ruas, avenidas, comunidades. Unidos, derrotaremos aqueles que sequestram a tranquilidade do povo em nossas cidades. Nossos presídios não serão mais escritórios de bandidos, nem nossas praças continuarão a ser salões de festa do crime organizado. Nossas estradas devem ser rota segura para motoristas honestos, não vias de transportes de drogas ou roubo de cargas.

A desordem é a pior das guerras. Começamos uma batalha cujo o caminho é o sucesso. E contamos com todos os homens e mulheres de bem ao nosso lado, apoiando, sendo vigilantes e parceiros nessa luta.

Já resgatamos o progresso e retiramos o país da pior recessão de nossa história. É hora de restabelecer a ordem. E a manutenção da ordem foi o fundamento constitucional para a intervenção, tal como prescreve o Artigo 34 da Constituição Federal. Unidos, traremos segurança para o povo brasileiro.

Obrigado pela atenção.

Boa noite.

Que deus nos abençoe.

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