Henrique Gimenes - 22/06/2022 18h04 | atualizado em 22/06/2022 18h50

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (22), a defesa do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, explicou um vídeo divulgado por ele em que chamou caminhoneiros para um protesto contra a Petrobras. Em nota enviada à imprensa, os advogados de Zé Trovão disseram que o vídeo foi gravado por “uma causa nobre” e que “divulgou um comunicado para impedir a greve convocada, que acabou não se realizando”.

A gravação de Zé Trovão foi feita após um novo aumento promovido pela Petrobras nos preços dos combustíveis.

– Vamos todos para a frente das refinarias, aqueles que estiverem em Brasília vão para a frente da Petrobras. A Petrobras quer dar um golpe no Brasil e eles não têm poder para isso – disse o caminhoneiro.

Após a divulgação, Moraes cobrou esclarecimentos sobre o vídeo, já que Zé Trovão violou uma determinação judicial.

O líder caminhoneiro se tornou alvo do Supremo Tribunal Federal (STF) no último ano e chegou a ter a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Em agosto do ano passado, ele chegou a se refugiar no México após fazer manifestações com críticas ao Supremo. Em dezembro, ele passou a cumprir prisão domiciliar, que foi revogada em fevereiro deste ano.

Leia a nota de Zé Trovão:

Nota à imprensa

Min. Alexandre de Moraes intima defesa para explicações sobre vídeo de Zé Trovão aos caminhoneiros.

Na qualidade de defensores de Zé Trovão e tendo em conta inúmeros pedidos de jornalistas sobre vídeo por ele feito e publicado no twitter (abaixo), tem a informar:

1. Zé Trovão figura no inquérito 4879 do STF, como investigado e após sua apresentação e prisão, foi libertado com monitoramento eletrônico para poder circular pelo estado de Santa Catarina – com restrições para utilizar redes sociais;

2. Na data constante do twitter (foto), soube que uma outra liderança dos caminhoneiros estaria convocando uma greve para segunda-feira seguinte e, por interesse público nacional, divulgou um comunicado para impedir a greve convocada, que acabou não se realizando;

3. Em data de hoje, esta defesa justificou ao Sr. Ministro Alexandre de Moraes que embora possa parecer uma violação, subjetivamente agiu por uma causa nobre acalmando os ânimos da classe dos caminhoneiros;

4. Em momento algum foi desrespeitoso com quaisquer dos Poderes, em especial o Judiciário, posto que tem cumprido com todas as restrições impostas – tendo agido desta vez unicamente movido pelo interesse público de estancar uma greve que teria repercussões sociais graves.

É a nota
Curitiba, 22/6/2022.

Elias Mattar Assad
Advogado

Thaise Mattar Assad
Advogada

Leia também1 Zé Trovão chama caminhoneiros para protestos contra Petrobras
2 CPI da Petrobras: Bolsonaro diz que assinaria 'se fosse deputado'
3 "Nova diretoria da Petrobras pode mudar PPI", diz Bolsonaro
4 Comitê da Petrobras define data para tratar de novo presidente
5 Na Câmara, ministro pede que Petrobras faça um "sacrifício"