STF: Torres diz que sempre falou a Bolsonaro que não havia fraude
"Nunca questionei a lisura do processo eleitoral", afirmou o ex-ministro
Pleno.News - 10/06/2025 11h25 | atualizado em 10/06/2025 12h07

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres foi cobrado nesta terça-feira (10), pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a explicar os questionamentos às urnas que fez na reunião ministerial de 5 de julho de 2022. Torres está sendo interrogado na ação penal da suposta tentativa de golpe de Estado.
O ex-ministro negou ter encontrado indícios de fraude nas urnas e declarou que todas as opiniões que emitiu foram baseadas nas recomendações de segurança feitas por peritos da Polícia Federal (PF).
– Eu nunca questionei a lisura do processo eleitoral. Todas as minhas falas são em relação às sugestões de melhorias que os peritos trouxeram naqueles documentos – argumentou.
O ex-ministro disse também que, quando questionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por outras autoridades do governo, sempre defendeu que não pairava nenhuma suspeita sobre o sistema de votação.
– Tecnicamente falando nós não temos nada que aponte fraude nas urnas. Nunca chegou essa notícia até mim. E quando era questionado pelo presidente ou por qualquer autoridade eu sempre passei isso. Que nós não tínhamos tecnicamente nada a dizer sobre as urnas eletrônicas.
Torres participou da transmissão ao vivo feita por Bolsonaro no dia 29 de julho de 2021, no Palácio da Alvorada, que segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) marca o início de uma suposta trama golpista. Na live, Bolsonaro questionou a segurança do processo eleitoral.
Na reunião ministerial, Torres criticou o Supremo Tribunal Federal. A Moraes, o ex-ministro justificou que era um momento “muito acirrado na relação entre o Executivo e o Judiciário”.
– Eu fui um dos que mais me esforcei para que essa relação não se esbagaçasse. Eu tentei de todas as formas manter o diálogo, mas eu sentia uma pressão muito grande – declarou.
Anderson Torres também precisou explicar por que não trouxe o celular quando se entregou à PF para ser preso preventivamente em janeiro de 2023, após os atos do 8 de janeiro de 2023. Na época, ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas estava de férias com a família nos Estados Unidos.
Torres alega que perdeu o aparelho e que isso prejudicou sua defesa.
– Foi o momento mais duro da minha vida. Saí daqui como secretário de segurança e saiu minha prisão. Isso me deixou completamente transtornado. Eu perdi equilíbrio completamente com aquela notícia da prisão. Eu não tinha nada a esconder. Tanto que forneci a senha da nuvem do celular à Polícia Federal – frisou.
*AE
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