STF: Moraes fala em ‘consequências sérias’ ao ser chamado de palmeirense
Ministro fez a piada ao responder a advogado durante julgamento na Primeira Turma
Pleno.News - 14/10/2025 20h25 | atualizado em 15/10/2025 11h11
Um momento de descontração marcou o primeiro dia de julgamento do núcleo 4 da suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (14). O ministro Alexandre de Moraes, reconhecido torcedor do Corinthians, respondeu em tom de brincadeira ao ser chamado de palmeirense pelo advogado Melillo Dinis do Nascimento.
Durante sua sustentação oral, Melillo citou o ministro como exemplo.
– É um momento histórico onde qualquer desinformação pode ser atribuída a qualquer pessoa. Quer ver? – indagou.
E completou:
– Se eu disser que o ministro Alexandre de Moraes é torcedor do Palmeiras, isso não só é injusto, como acaba por trazer consequências quando ele for lá no Itaquerão – afirmou o advogado em referência à NeoQuímica Arena, estádio do Corinthians, em Itaquera.
Moraes reagiu de forma bem-humorada.
– E para o senhor também. Consequências sérias – disse.
Melillo, que defende o réu Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, ex-presidente do instituto Voto Legal, respondeu.
– Claro, seríssimas – afirmou.
O advogado também usou outros ministros da Primeira Turma para mais exemplos de consequências da desinformação.
– Se eu disser que o ministro Luiz Fux é lutador de krav maga, e não de jiu-jítsu; que o ministro Flávio Dino foi governador de Carolina do Norte, e não do Maranhão, onde está a querida cidade de Carolina; ou que a ministra Cármen Lúcia não gosta de Minas Gerais, pode dar problema – elencou.
Melillo Dinis do Nascimento destacou o contexto de “radicalização” que, segundo ele, contribui para a disseminação de desinformação.
– Estamos em um ecossistema fundamentalista, polarizado, cristalizado em um mecanismo que não tem controle. E essa falta de controle não depende da produção ou não da informação – disse.
Integram o núcleo 4, o “núcleo da desinformação”, os réus Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército; Ângelo Denicoli, major da reserva do Exército; Carlos Cesar Moretzsohn Rocha; Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército; Guilherme Almeida, tenente-coronel do Exército; Marcelo Bormevet, agente da Polícia Federal; e Reginaldo Abreu, coronel do Exército.
Nesta terça, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de todos os sete. O procurador-geral Paulo Gonet argumentou que eles fizeram “manejo estratégico de informações sabidamente falsas como instrumento de desestabilização social”.
A Primeira Turma havia marcado sessões nos dias 14, 15, 21 e 22 de outubro, mas cancelou a desta quarta-feira (15), e espera concluir o julgamento ainda na próxima terça-feira (21), sem a necessidade do dia 22.
Confira;
*AE
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