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STF: Marsiglia critica restrição de acesso das defesas às provas

Jurista destacou que advogados só têm acesso a conteúdo filtrado pela PGR

Paulo Moura - 30/03/2025 16h26 | atualizado em 31/03/2025 12h48

André Marsiglia falou sobre restrição da defesa de Bolsonaro e outros denunciados Fotos: Gustavo Moreno/STF // Reprodução/Pleno.News

Em entrevista exclusiva concedida ao Pleno.News na última sexta-feira (28), o jurista André Marsiglia comentou a restrição da ampla defesa sofrida pelos advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros apontados como envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado cujas denúncias foram aceitas na última semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 

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Ao falar sobre a situação, Marsiglia ressaltou que as defesas dos denunciados – agora réus – só tiveram acesso à parte do conteúdo relativa às investigações que foi filtrado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas não à integralidade das apurações realizadas pela Polícia Federal (PF).

– A PGR fez a sua peça com base nas investigações da Polícia Federal, então a Polícia Federal foi lá, tinha todas as diligências, a PGR foi lá, pescou aquilo que achava interessante e fez a sua peça. E os advogados têm acesso à peça da PGR e não às investigações – disse.

Marsiglia ainda fez uma comparação da questão da limitação da atuação da defesa com uma receita de bolo, na qual os advogados teriam acesso apenas ao alimento pronto, enquanto a PGR e o Supremo Tribunal Federal teriam acesso tanto ao bolo quanto à receita.

– Eu [PGR] sei quais são os ingredientes, eu sei porque eu fiz aquelas escolhas, eu sei porque eu coloquei laranja e não maçã, eu sei a quantidade que eu coloquei de coisas e você não vai saber. E isso, é obvio, cria entre nós um desequilíbrio entre defesa e acusação. E, mais, o juiz da causa também teve acesso à toda receita, porque as investigações tramitaram dentro do STF. Então, o juiz tem a receita, você tem a receita e eu só estou vendo o bolo esteticamente, só estou vendo aquilo que você me apresentou. Isso não é, óbvio, fazer justiça – completou.

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