STF mantém ordem de prisão contra Torres por omissão
Corte formou maioria para punir ex-secretário devido à invasão da Praça dos Três Poderes
Thamirys Andrade - 11/01/2023 15h54 | atualizado em 12/01/2023 11h26

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira (11) para manter a ordem de prisão emitida pelo ministro Alexandre de Moraes contra o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Ele é acusado de se omitir no caso da invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).
A detenção do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro (PL) foi solicitada pela Advocacia-Geral da União (AGU) logo após as depredações do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF. Na ocasião dos atos, Torres estava de viagem nos Estados Unidos.
Moraes atendeu ao pedido da AGU, nesta terça-feira (10), considerando que houve “omissão dolosa e criminosa”. Para o magistrado, não se pode alegar “ignorância nem incompetência” em um “momento tão sensível da democracia brasileira”.
– Os comportamentos de Anderson Gustavo Torres e Fábio Augusto Vieira [ex-comandante da Polícia Militar do DF] são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida do presidente da República, dos deputados federais e senadores e dos ministros do Supremo Tribunal Federal – escreveu Moraes ao decidir pela ordem de prisão contra Torres e Vieira.
De acordo com o interventor federal Ricardo Cappelli, Torres viajou um dia antes de suas férias se iniciarem.
– Viajou, inclusive, sem estar de férias. As férias dele, publicadas no Diário Oficial, valiam a partir do dia 9. Então, no dia 8, o secretário de segurança pública do DF ainda era o senhor Anderson Torres. (…) É muito estranho que o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal assuma a sua função no dia 2, exonere e troque todo o comando, quase todo o comando da secretaria de segurança pública do DF e viaje, e alguns dias depois aconteça o que aconteceu aqui em Brasília. Isso é coincidência? – questionou, segundo informações do portal UOL.
O ex-ministro, por sua vez, afirmou que retornará ao Brasil a fim de defender-se das acusações e garantiu que a “verdade prevalecerá”.
– Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à Justiça e cuidar da minha defesa. Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na Justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá – escreveu, em postagem no Twitter.
No plenário virtual desta quarta, o STF não apenas referendou a prisão do ex-ministro e do ex-comandante da PM, como também confirmou o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) por 90 dias.
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