STF analisa pedidos de Gilmar contra Janot após declaração
Ex-procurador-geral pode perder porte de armas caso STF aceite pedido de ministro
Paulo Moura - 27/09/2019 15h05

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou um requerimento ao colega Alexandre de Moraes, que comanda o inquérito que investiga ameaças a integrantes da Corte, pedindo providências contra o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na quinta (26), Janot afirmou a veículos de comunicação que chegou a ir armado ao tribunal para matar Mendes, em 2017.
Entre as providências estudadas estão a retirada do porte de arma de Janot e a proibição de que ele visite a Corte. Janot ficaria também proibido de chegar perto de qualquer lugar em que Gilmar Mendes esteja, já que confessou ter planejado dar um fim à vida dele.
Em maio de 2017, como procurador-geral, Janot pediu a suspeição de Gilmar em casos relacionados ao empresário Eike Batista, que se tornara alvo da Lava Jato e era defendido pelo escritório de advocacia do qual a mulher do ministro, Guiomar Feitosa Mendes, é sócia. Segundo Janot, o ministro do STF reagiu na época lançando suspeitas sobre a atuação de sua filha, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, que é advogada e representara a empreiteira OAS no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Na entrevista à Folha de São Paulo, ele disse que seu plano era matar Gilmar antes do início da sessão no STF. O ex-procurador disse que não entrou no plenário do tribunal armado. Em entrevistas à revista Veja e ao jornal O Estado de S. Paulo, Janot acrescentou que pretendia se suicidar depois de matar Gilmar.
*Folhapress