STF: AGU quer derrubar decretos que barram atividades religiosas
Manifestação foi enviada em caráter de urgência pedindo a suspensão de todos os decretos proibindo celebrações religiosas em todo o Brasil
Pleno.News - 01/04/2021 16h51 | atualizado em 01/04/2021 18h51

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em caráter de urgência nesta quinta-feira (1º), a Advocacia Geral da União (AGU) pediu a suspensão de todos os decretos ou atos administrativos baixados por governadores e prefeitos para proibir celebrações religiosas na pandemia, sobretudo na Páscoa.
O pedido, assinado pelo advogado-geral da União, André Mendonça, foi encaminhado em uma ação apresentada pelo Partido Social Democrático (PSD) contra o decreto do governador João Doria (PSDB) que, no pacote de medidas para enfrentamento do Coronavírus, impediu os templos de abrirem as portas para atividades coletivas em São Paulo.
A AGU pede a derrubada da ordem do tucano e a extensão dos efeitos para eventuais determinações semelhantes de outros estados ou municípios.
Na petição, a AGU argumenta que as restrições totais às celebrações são “desproporcionais” e violam o direito de crença e a liberdade religiosa. A pasta defende limitações alternativas e menos duras.
“A completa interdição de atividades religiosas, traduz, em si mesma, uma medida excessivamente onerosa, porquanto poderia ser substituída por restrições parciais, voltadas a evitar situações em que haja o risco acentuado de contágio. Em outros termos, é particularmente excessiva, no ponto, a proibição irrestrita de realização de eventos religiosos”, diz um trecho da manifestação
O envio com selo de urgência decorre, segundo a AGU, da iminência da Sexta-feira da Paixão e do Domingo de Páscoa.
– Ao longo desses anos, não se tem notícia de uma vedação tão forte à celebração da Páscoa em templos e igrejas – argumentou Mendonça, que é pastor presbiteriano.
Para ele, a Páscoa é uma das celebrações mais importantes.
– A Páscoa é talvez a celebração mais importante de todas, unindo todos os segmentos do cristianismo, como o catolicismo romano, a ortodoxia oriental e o protestantismo, nas suas mais variadas vertentes. No Brasil, país em que cerca de 80% da população é católica ou evangélica, mesmo descontando-se a parcela não praticante, a importância religiosa da efeméride é indiscutível para milhões de brasileiros – ressaltou.
O processo foi distribuído ao ministro Gilmar Mendes. Na sexta-feira (26), ele levantou a “complexidade e importância da matéria em debate” e pediu manifestações do governo de São Paulo, da AGU e da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir sobre o pedido. Em outra frente, determinou o envio da ação para análise do plenário.
*Estadão
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