Sobrinho de Barroso defende loja que vendeu carros de luxo ao TST
Compra de 30 carros por um total de R$ 10 milhões pela Corte Trabalhista gerou muita polêmica nos últimos meses
Paulo Moura - 10/10/2025 15h10 | atualizado em 10/10/2025 17h45

A aquisição de 30 veículos de luxo para uso dos ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) por mais de R$ 10 milhões segue gerando repercussões. A mais recente delas é a informação de que um dos escritórios de advocacia que defende a loja responsável pela venda dos carros é do sobrinho do ministro Luís Roberto Barroso, magistrado que anunciou nesta quinta-feira (9) sua saída do Supremo Tribunal Federal (STF).
A relação entre o escritório e a loja consta em uma resposta apresentada pela defesa da Kurumá Veículos S.A, que, por sua vez, é a sucessora da empresa Kyoto Comércio de Veículos – vencedora da licitação para a venda dos carros. A resposta ocorreu no âmbito de uma representação feita pelo deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo-SP) ao Tribunal de Contas da União (TCU), na qual foi questionada a compra.
Na solicitação, Siqueira pediu a apuração de possíveis irregularidades e desperdício de recursos públicos na aquisição dos veículos modelo Lexus ES 300H, com o argumento de que a compra violaria os princípios da moralidade, economicidade e finalidade pública, chamando atenção para o padrão de luxo incompatível com o momento fiscal do país.
A Kurumá Veículos S.A, na resposta à representação, enviou uma petição assinada por quatro advogados, entre eles Rafael Barroso Fontelles, que é sócio fundador do escritório Barroso Fontelles, Barcellos, Mendonça Advogados, que diz em seu site e nas redes sociais que é o “sucessor” da banca Luís Roberto Barroso & Associados. Rafael é sobrinho do ministro Barroso.
O Luís Roberto Barroso & Associados foi o escritório fundado e chefiado pelo ministro do STF enquanto ele praticou a advocacia. A banca deixou de existir após a ida dele para a Suprema Corte, que aconteceu em junho de 2013.


Na petição enviada ao TCU, que é assinada pelo escritório do sobrinho de Barroso em parceria com a banca Schneebeli, Vieira de Moraes & Pepe Advogados, a Kurumá Veículos defendeu que o certame foi regular e que a fornecedora agiu de boa-fé, sem interferir nas decisões do TST. Vale ressaltar que a empresa não era alvo da representação na Corte de Contas.
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