Sete ministros de Lula apoiaram impeachment de Dilma Rousseff
Entre os que endossaram a destituição da petista está o vice-presidente, Geraldo Alckmin
Thamirys Andrade - 27/01/2023 11h56 | atualizado em 27/01/2023 13h03
Embora venha tratando do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como “golpe”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem em sua equipe sete ministros que se posicionaram a favor da destituição da ex-chefe do Executivo, em 2016. Entre eles, está seu próprio vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), que à época disse concordar em “gênero, número e grau” com o afastamento da líder do Planalto.
Diversas das escolhas ministeriais de Lula foram feitas com base em acordos políticos, visando apoio no Congresso Nacional. Como resultado, a equipe é composta por políticos com pensamentos políticos diversos.
De acordo com levantamento do portal Poder360, dos 37 ministros de Lula que endossaram o impeachment também está a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). À época, a senadora votou a favor da destituição e negou tratar-se de um golpe. Ela considerou o processo “necessário” diante dos “crimes de responsabilidade fiscal cometidos pela senhora presidente da República no ano de 2015”.
– Pois eu afirmo com convicção, processo do impeachment é previsto na Constituição. E este, em especial, não é golpe. Ele é constitucional. Ele foi regido nos mais amplos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. Mas mais do que isso, ele é democrático. O que só estamos vendo aqui não é golpe, é democracia – declarou Tebet no plenário da Casa.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede Sustentabilidade), foi mais uma entre os que apoiaram o impeachment. Ela chegou a pedir que os parlamentares de seu partido votassem a favor da deposição de Rousseff e disse que havia legalidade no processo ao Poder360, em 2017.
Já o ministro da Defesa, José Múcio, apontou diversas irregularidades nas contas da ex-presidente. À época, ele atuava como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e recomendou que as contas dela fossem reprovadas. Para Múcio, o processo de impeachment foi uma decorrência da “vaidade” e “soberba” de Dilma, que não soube admitir o problema fiscal e atuar para resolver a questão, segundo disse ele à Agência Brasil, na época.
Deputado federal em 2016, o atual ministro das Comunicações, Juscelino Filho (DEM), por sua vez, disse durante seu voto que optava pelo impeachment de Dilma pela sua família, amigos, pelo estado Maranhense e pelo Brasil.
O ministro da Pesca, André de Paula, fez um discurso no mesmo sentido e votou “sim” para a deposição “pela ética na política, pela decência, por Pernambuco e pelo Brasil”.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, era vice-governador de Mato Grosso, e por isso, não chegou a participar da votação. Entretanto, ele foi até Brasília para acompanhar o processo e defendeu, em entrevista ao site Só Notícias, que não se tratava de golpe, e que os brasileiros precisavam “tomar uma posição” contra o “governo de mentira”.
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