Paulo Moura - 17/04/2025 07h35 | atualizado em 17/04/2025 13h11

Cerca de oito meses após deixar o governo Lula (PT), Érica Meireles de Oliveira está de volta à gestão federal. A servidora, cujo nome pode não soar familiar, foi responsável por receber Luciane Barbosa Farias, conhecida como dama do tráfico no Amazonas, em uma agenda dela no Ministério dos Direitos Humanos em maio de 2023. Na ocasião, Luciane chegou até a postar nas redes sociais o encontro das duas.

Na postagem em questão, feita no dia 5 de maio de 2023, Luciane agradeceu a Érica pelo “acolhimento” à pauta apresentada. Na ocasião, ela foi recebida como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas, que dizia prestar assistência “jurídica” e “social” a presos do estado.

Em seu retorno ao governo federal, Érica vai ocupar um cargo na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, que está sob o comando de Gleisi Hoffmann. A publicação que oficializou a volta de Érica foi registrada no último dia 9 de abril no Diário Oficial da União (DOU).

Quando recebeu Luciane, Érica atuava como coordenadora de gabinete da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (SNDH), órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A servidora, no entanto, deixou a pasta em março do ano passado, quando foi para a Secretaria de Acesso à Justiça, ligada ao Ministério da Justiça.

A ida, porém, não durou muito tempo e, em agosto, ela foi dispensada do cargo. Na época, Érica disse que teria deixado o cargo para trabalhar na campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) à Prefeitura de São Paulo. O psolista, porém, acabou sendo derrotado no segundo turno pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).

SOBRE LUCIANE
Conhecida como dama do tráfico no Amazonas, Luciane é casada com o traficante Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho no estado. Clemilson está preso desde dezembro de 2022.

Luciane, por sua vez, teve a prisão definitiva decretada em janeiro deste ano após o trânsito em julgado de uma condenação dela a dez anos de prisão pelos crimes de associação para o tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O que a tornou conhecida em todo o Brasil, porém, foram as duas visitas que ela fez ao Ministério da Justiça em 2023. Na época, foi noticiado que o então secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, recebeu um pedido da advogada Janira Rocha, ex-deputada estadual do Rio de Janeiro pelo PSOL, para receber uma delegação de mulheres, e Luciane estava entre elas.

Após os fatos gerarem repercussão, o Ministério da Justiça confirmou os encontros. No dia 19 de março de 2023, Luciane esteve com Elias Vaz, enquanto que no dia 2 de maio ela se reuniu com Rafael Velasco Brandani, então secretário nacional de Políticas Penais.

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