Leia também:
X Morte brutal do médico Claudio Marsili gera comoção nas redes

Senadores apresentam nota de repúdio à condução da CPI

Parlamentares criticam a falta de apuração de estados e municípios e afirmam que comissão se tornou "palanque político"

Thamirys Andrade - 19/10/2021 18h04 | atualizado em 20/10/2021 11h55

Senador Eduardo Girão Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Os senadores Eduardo Girão (Podemos), Marcos Rogério (DEM), Jorginho Mello (PL) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS) apresentaram uma nota de repúdio em relação à forma como foram conduzidos os trabalhos da CPI da Covid-19.

No documento, os parlamentares, que são titulares da CPI, questionam a falta de investigação em relação a estados e municípios, protestam quanto ao tratamento dado a depoentes e afirmam que a Comissão se desviou de seu objetivo, tornando-se um “palanque político”.

– O palanque político que se tornou essa CPI, da qual emergiram inúmeros pré-candidatos à Presidência da República, somado à cegueira ideológica que permeou os trabalhos dessa Comissão, impediram que o Brasil visse desmascarados inúmeros atos de corrupção perpetrados pelos mais diversos agentes públicos e atores políticos espalhados nos mais diferentes escalões de poder das administrações estaduais e municipais – diz a nota.

Os parlamentares queixam-se da “visão deliberadamente míope do grupo majoritário de senadores” com relação às verbas repassadas a estados e municípios.

– O que dizer da omissão sobre os mais de R$ 48,7 milhões referentes à contratação com dispensa de licitação e com pagamento antecipado pelos estados consorciados ao Consórcio do Nordeste de 300 respiradores em face da empresa Hempcare Pharma Representações Ltda (que comercializa produtos à base de maconha), aparelhos esses jamais entregues e valores nunca devolvidos ao sofrido povo nordestino?

Os senadores também citam a não entrega de 200 respiradores fantasmas adquiridos por R$ 33 milhões pelo governo de Santa Catarina junto a uma casa de massagens e a compra de 24 respiradores superfaturados pelo governo do Amazonas junto a uma adega de vinhos, no valor de R$ 2,9 milhões.

Os parlamentares destacam ainda Operação Falso Negativo no Distrito Federal, onde uma loja de brinquedos foi escolhida para fornecer 90 mil testes por R$ 16,2 milhões.

– A presente CPI ignorou por completo as mais de 69 operações deflagradas pela Controladoria Geral da União (CGU). […] Se omitiu também em relação às mais de 100 operações deflagradas pela Polícia Federal em 26 estados brasileiros, cujas as cifras superam 3,2 bilhões de reais.

Os congressistas falam ainda em “dois pesos e duas medidas” no tocante à “diferença de tratamento dada aos depoentes”.

– Para aqueles que corroboravam com as narrativas do G7, o tratamento era cordial, gentil e polido, já para aqueles que ousavam enfrentar o grupo majoritário, os depoimentos nos remetiam àqueles tomados nas mais deploráveis das delegacias de polícia, como se criminosos fossem – acrescentaram.

A nota conclui que a CPI “não se ocupou efetivamente em apurar todas as causas das milhares de mortes de vidas brasileiras quando do combate à pandemia da Covid-19” e não atendeu aos fins propostos “por não recepcionar os requerimentos apresentados na sua completude”.

Leia também1 'Vou me preocupar com a CPI? Brincadeira', afirma Bolsonaro
2 CPI: Veja a lista de Calheiros com 68 nomes e respectivos ‘crimes’
3 Governo autoriza Força Nacional em terra indígena após conflitos
4 União cobra direito de resposta da IstoÉ e nova capa na revista
5 Bolsonaro recebe presidente da Colômbia no Palácio do Planalto

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.