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Secretário de Cabral é preso em ação da Lava Jato no Rio

Régis Fichtner, que comandou a Casa Civil durante mandato do ex-governador, é suspeito de receber 1,6 milhões em propina

Emerson Rocha - 23/11/2017 08h53 | atualizado em 23/11/2017 11h07

 

Régis Fichtner com a desembargadora Flavia R. de Rezende Foto: Governo do Rio/Marino Azevedo

Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam na manhã desta quinta-feira (23) o ex-secretário da Casa Civil do governo Sérgio Cabral, Régis Fichtner, em um novo desdobramento da Lava Jato no Rio. Ele é suspeito de receber pelo menos R$ 1,6 milhão em propina. Outro detido foi o empresário Georges Sadala Rihan, por também ser acusado de fazer parte do esquema de corrupção do ex-governador, que está preso em Benfica. A operação desta quinta é batizada de “C’est fini”.

Coordenada pelo Ministério Público Federal (MPF) e autorizada pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, a ação é mais uma etapa da Operação Calicute, versão da Lava Jato no Rio, e que descobriu um grande esquema de corrupção na gestão do ex-governador Sérgio Cabral. As medidas cautelares foram deferidas pelo magistrado. As investigações indicam que, enquanto esteve à frente da Casa Civil, Régis Fitchtner autorizava a validação de precatórios como forma de compensar débitos de ICMS para empresas devedoras do Estado. Ele também teria atuado na compra de títulos de precatórios que estavam parados na fila à espera de pagamento, de maneira que lucrava no ágio pago por quem preferia dinheiro na mão antes do fim do processo.

De acordo com os investigadores, um dos beneficiados pelo esquema era Henrique Ribeiro, ex-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), responsável pela construção do Arco Metropolitano. Ele é uma das testemunhas convocadas por Cabral para depor a seu favor.

Para se chegar até os alvos desta quinta-feira, os investigadores se basearam no depoimento de um dos operadores de Cabral, Luiz Carlos Bezerra. Em depoimento ao MPF, ele afirmou que entregou dinheiro em espécie ao ex-secretário da Casa Civil Regis Fichtner, apelidado de “Alemão”, “Regis” ou “Gaúcho” nas anotações em que era feito o controle da propina. O operador conta que as entregas a Fichtner se deram entre meados de 2013 até abril de 2014 e que os valores entregues eram sempre de R$ 100 mil. Ele afirma ter feito esse procedimento por pelo menos cinco vezes, quase que rotineiramente dentro do Palácio Guanabara e do escritório de Fichtner, no prédio do Jockey Clube, localizado no centro.

Além dessas duas prisões, os agentes têm mandados contra os engenheiros Maciste Granha de Mello Filho e Henrique Alberto Santos Ribeiro, que são suspeitos de favorecimento no esquema de distribuição de propinas de Cabral, de acordo com a contabilidade paralela de Luiz Carlos Bezerra, réu confesso, condenado e solto.

Ainda na rota da PF, estão o empreiteiro Fernando Cavendish, ex-dono da Delta Engenharia, que cumpre prisão domiciliar, é alvo de condução coercitiva e será levado para depor; e o empresário Alexandre Accioly, dono da rede de academias Body Tech, que também foi intimado a depor.

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