Saúde: Queiroga determina uso de máscara dentro do Ministério
Ministro disse que "estranhou" flagrar servidores sem o equipamento no órgão
Pleno.News - 26/03/2021 21h46
O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, determinou o uso de máscaras nas dependências do Ministério. A medida foi anunciada por ele durante reunião com governadores nesta sexta-feira (26). Queiroga disse que “estranhou” flagrar servidores sem o equipamento no órgão que justamente elabora e fiscaliza o enfrentamento da pandemia.
Além do descumprimento de medidas básicas de proteção, funcionários afirmaram à reportagem que há pressão e até ameaças de demissão pelo retorno ao trabalho presencial. Neste mês, três funcionários da pasta morreram pela Covid-19, mas o ministério não confirma se estavam todos em trabalho presencial ou não. Gleyber Araújo, de 40 anos, é uma das vítimas. Apesar de ser obeso e hipertenso, grupo de risco da doença, Araújo teve de voltar ao trabalho dentro do ministério.
Queiroga disse aos governadores que vai editar uma regra interna para obrigar o uso das máscaras. A portaria 2.789/2020, do Ministério da Saúde, que trata de “medidas de proteção” para o trabalho na pasta, já determina o uso das máscaras. Queiroga não detalhou aos governadores o que fará de diferente.
Publicado em outubro, o texto “recomenda” o uso dos itens em locais como a sede da pasta em Brasília, que exerce função administrativa.
“O uso de máscaras profissionais (cirúrgicas e do tipo N95 ou equivalente) deve ser priorizado para profissionais da saúde que atuam no atendimento direto aos pacientes nos serviços de saúde e para aqueles que estejam em contato próximo e prolongado com possíveis fontes de contágio”, diz a portaria, que recomenda o uso de máscara de pano pelos servidores administrativos.
Mais cedo, em declaração à imprensa no Palácio do Planalto, Queiroga criou um slogan sobre o enfretamento da pandemia.
– Na época da Copa do Mundo, chama de chuteira, agora é pátria de máscara – disse Queiroga, usando duas máscaras de proteção, e também acompanhado do personagem Zé Gotinha, símbolo das campanhas de imunização no Brasil.
Na mesma entrevista, Queiroga e o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos Pontes, anunciaram que foi feito um pedido de testes em humanos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de uma vacina brasileira.
A sinalização de empenho no combate da pandemia do primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro acontece horas após o Instituto Butantan anunciar detalhes sobre a Butanvac, candidata a imunizante contra a covid-19 que deve ser testada em humanos a partir de abril, caso receba autorização da Anvisa.
*Estadão
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