Leia também:
X Kajuru promete renunciar se do Val provar que Lula sabia de atos

Salles: “Se o PL ficar com Nunes, a eleição está perdida”

"O presidente [Bolsonaro] não vai apoiar o Ricardo Nunes"

Pleno.News - 30/03/2023 09h38 | atualizado em 30/03/2023 13h51

Jair Bolsonaro e Ricardo Salles Foto: Alan Santos/PR

O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, de 47 anos, recebeu 604.918 votos e foi o quarto deputado federal mais votado de São Paulo em 2022. O capital eleitoral o estimula a se movimentar para tentar à Prefeitura em 2024. Os planos, porém, esbarram na relação próxima que seu partido, o PL, mantém com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que vai disputar a reeleição.

– Por mais que o prefeito queira os votos da direita, ele não tem essa relação com o presidente Bolsonaro. Ricardo Nunes nem sequer apoiou o Bolsonaro no segundo turno – disse Salles, em entrevista ao Estadão.

O sr. quer ser candidato a prefeito da capital, mas o seu partido, o PL, está na gestão Ricardo Nunes e cogita apoiá-lo. Espera se firmar como representante do bolsonarismo em SP?
Sim, com certeza a minha expectativa é ser o candidato do presidente em São Paulo pelo fato de ter uma ligação com ele e ter sido seu ministro. Por mais que o prefeito queira os votos da direita, ele não tem essa relação com o presidente Bolsonaro. Ricardo Nunes nem sequer apoiou o Bolsonaro no segundo turno.

Essa é a intenção de Nunes? Ele diz que não é de direita.
Ele quer os votos da direita, mas declarou que não será o candidato da direita. Se ele não quer ser o candidato da direita, por que quer os votos dela? Eu sou o candidato da direita. Ricardo Nunes foge dessa posição. O partido dele está na base do Lula e tem ministérios.

No ano passado, Lula e Haddad venceram a eleição na capital paulista. Um nome com perfil moderado teria mais chance nesse campo da direita?
João Doria venceu na capital em 2016 com um discurso bem à direita. Existe esse espaço. Não digo que meu discurso será radical. Ser de direita não é ser radical. Não existe essa correlação. Essa coisa de radicalismo no fundo é usada para desqualificar. Não tem problema nenhum em ter um candidato da direita. São Paulo vive um momento de desordem e caos. Isso abre espaço para uma candidatura de direita que tenha um choque de civilidade como o do Rudolph Giuliani em Nova Iorque, em 1993. Aquela regra da lei e ordem, ou da tolerância zero, foi um choque de civilidade. São Paulo está precisando disso. A cidade está um horror, e não é por falta de dinheiro. Tem R$ 30 bilhões em caixa.

Como está sua articulação no PL? O presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, esteve recentemente com o prefeito e sinalizou um possível apoio…
Ricardo é o prefeito, por isso tem a máquina a seu favor. O PL tem a Secretaria de Meio Ambiente e duas subprefeituras, do Campo Limpo e Butantã. Há um certo cuidado do Valdemar, e é natural que seja assim, dele tomar qualquer decisão ou dar sinais de que pode não estar com o prefeito. Isso pode implicar na perda do espaço que o partido já tem na Prefeitura.

Se o PL apoiar o Nunes, o sr. pode mudar de partido para disputar a Prefeitura?
Essa é uma discussão que vamos ver. Não estou vendo o PL com o Ricardo. Só há uma chance disso acontecer: se o Ricardo Nunes melhorar muito a ponto de ser viável. Hoje ele não é. O prefeito não é conhecido e tem uma alta taxa de rejeição. A maioria das pessoas não o conhece. E quem o conhece o rejeita.

Conta com apoio de Tarcísio em 2024?
Estive com ele semana passada. A posição dele é ter uma parceria administrativa com o prefeito. É correto que mantenha isso. Mas, se nós mostrarmos viabilidade eleitoral, é óbvio que ele vai preferir ficar com o campo que o elegeu, que foram a direita e os bolsonaristas.

O sr. acha que teria viabilidade fora do PL?
Se o PL ficar com o Ricardo Nunes, a eleição está perdida. O Nunes não ganha do [Guilherme] Boulos. Isso abre espaço para minha candidatura. O presidente [Bolsonaro] não vai apoiar o Ricardo Nunes. Entre ele e eu é óbvio que vai apoiar a mim.

Michelle Bolsonaro terá voo próprio na política?
O capital político é do Bolsonaro. Michelle fez um bom trabalho como primeira-dama, especialmente nos assuntos de voluntariado. Mas ninguém vai fazer nenhum movimento sem que o presidente esteja de acordo ou incentive.

Bolsonaro vai ficar inelegível?
Há claramente uma linha de atuação do TSE que prepara um processo nesta direção de torná-lo inelegível.

Nesse cenário, quem seria o herdeiro (ou herdeira) dele em 2026?
Está cedo para dizer. Tem muita gente no páreo: Michelle, Tarcísio, [Romeu] Zema…

*AE

Leia também1 Kajuru promete renunciar se do Val provar que Lula sabia de atos
2 Confira o salário de cada um dos 27 governadores do Brasil
3 Pedido de impeachment contra Lula é protocolado na Câmara
4 Jair Bolsonaro chega ao Brasil e encontra aliados na sede do PL
5 Passageiros aplaudem Bolsonaro em voo de retorno ao Brasil

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.