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Saída de Juscelino é a 10ª troca de ministro do governo; veja lista

Quedas forçam o governo Lula a uma minirreforma ministerial

Pleno.News - 10/04/2025 17h36 | atualizado em 10/04/2025 18h09

Lula Foto: EFE/ Andre Borges

A saída do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, do governo Lula (PT) após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) é a décima troca de ministros na Esplanada. Desde o início do governo, em janeiro de 2023, três ministros caíram diante de denúncias. Além de Juscelino, polêmicas derrubaram Gonçalves Dias (GSI) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).

Juscelino pediu demissão na última segunda-feira (8) após a PGR denunciá-lo a partir de um relatório da Polícia Federal (PF) no qual ele foi indiciado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Em nota, a defesa dele diz que o agora ex-ministro é inocente.

O Ministério das Comunicações faz parte da cota da bancada do União Brasil na Câmara. Com a saída, nomes estão sendo estudados pela sigla para substituir Juscelino. O nome provável para ocupar o cargo é o do líder do partido da Casa, Pedro Lucas Fernandes (MA).

Relembre as trocas de ministros:

– Abril de 2023 – Gonçalves Dias cai do GSI após filmagens do 8 de janeiro.
O então ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) general Marco Edson Gonçalves Dias foi o primeiro da equipe do governo Lula a cair. A saída dele se deu após a imprensa divulgar uma gravação em vídeo que o mostrou em uma postura passiva diante da invasão do Palácio do Planalto durante os atos do 8 de janeiro.

Com o estouro da crise, membros do governo aconselharam o então ministro a pedir demissão, o que foi feito por ele. A solicitação foi prontamente aceita por Lula.

O GSI passou então a ser chefiado interinamente por Ricardo Cappelli. Desde maio de 2023, o chefe da pasta é o general Marcos Amaro dos Santos.

– Julho de 2023 – Daniela Carneiro deixa Ministério do Turismo.
Bastou seis meses de governo para Lula fazer a primeira mudança na equipe para agradar o Centrão e buscar apoio do Congresso. Sem o prestígio do União Brasil, a deputada federal e então ministra do Turismo Daniela Carneiro foi substituída pelo deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA). A troca foi feita para acomodar a sigla, que se sentia subvalorizada pelo Planalto.

– Setembro de 2023 – Ana Moser deixa Esporte para abrigar PP de André Fufuca.
Na véspera do feriado de 7 de Setembro de 2023, Lula demitiu a então ministra dos Esportes Ana Moser em uma minirreforma ministerial que buscou trazer o PP e o Republicanos para a base governista. Moser, que não tinha trajetória política, foi substituída pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

– Setembro de 2023 – Márcio França sai de Portos e Aeroportos e vai para Microempreendedorismo.
Também na minirreforma ministerial, Lula tirou Márcio França do Ministério dos Portos e Aeroportos e o colocou em um novo ministério – o 39° da gestão – chamado Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Quem assumiu a vaga deixada na antiga pasta de França foi Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), representante do Centrão.

– Janeiro de 2024 – Ricardo Lewandowski substitui Flávio Dino na Justiça.
A chegada do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça foi a primeira troca de Lula no ano passado. Lewandowski substituiu o atual ministro do STF Flávio Dino, indicado pelo petista para a Corte.

Lewandowski foi alçado ao cargo por ter uma relação de confiança pessoal com Lula. Ele chegou ao STF em 2006, indicado por Lula com apoio da então primeira-dama Marisa Letícia.

Ele foi um dos principais interlocutores de Lula no Judiciário até 2023, quando completou 75 anos e precisou se aposentar. Em 2016, como presidente do STF, Lewandowski presidiu o processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado e foi o responsável por articular a manutenção dos direitos políticos da petista.

– Setembro de 2024 – Suposto assédio sexual contra ministra derruba Silvio Almeida dos Direitos Humanos.
Em um dos grandes escândalos da Esplanada durante a terceira gestão de Lula, o então ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida foi demitido por suposto assédio sexual contra pessoas ligadas ao governo federal. Uma das vítimas teria sido a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

A demissão de Almeida se deu um dia após a Me Too, ONG que atua na proteção de mulheres vítimas de violência sexual, afirmar, em nota, que ele foi denunciado por assédio sexual por pessoas ligadas ao Planalto. A organização omitiu o nome das denunciantes sob o argumento de que era preciso protegê-las, mas assegurou ter o consentimento das vítimas para expor o assunto.

Assim como no caso de Juscelino Filho, Lula decidiu exonerar Almeida para estancar a crise deflagrada pelas denúncias. Para o lugar dele, o presidente escolheu a deputada estadual do PT de Minas Gerais Macaé Evaristo.

– Janeiro de 2025 – Paulo Pimenta deixa Secom após queda na popularidade de Lula.
Diante de queda na popularidade, o petista decidiu demitir o então ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) Paulo Pimenta. Buscando uma comunicação mais efetiva para fazer os feitos do governo federal chegarem à população, além de combater as ações digitais da oposição, Lula escolheu o marqueteiro Sidônio Palmeira para o cargo.

Após a demissão, Pimenta afirmou que o governo estava entrando em uma fase da gestão em 2025, e que Lula queria um perfil diferente para chefiar a pasta.

O presidente julgou que o governo tinha grande número de obras e bons programas sociais, mas que problemas de comunicação estavam impedindo que isso resultasse em popularidade junto ao eleitorado.

– Março de 2025 – Nísia Trindade é trocada por Alexandre Padilha e Gleisi Hoffmann assume articulação.
Antes da queda de Juscelino, as trocas mais recentes de Lula foram no Ministério da Saúde e na Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Na primeira pasta, a socióloga Nísia Trindade foi demitida em meio a um fogo amigo no Executivo com críticas sobre o trabalho dela, e substituída por Alexandre Padilha, que comandava a SRI desde o início do governo.

Padilha também era alvo de críticas, principalmente de lideranças da Câmara dos Deputados. O ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) chegou a chamar ele de “desafeto pessoal” e “incompetente” em uma coletiva de imprensa. Além da transferência de ministério, a solução encontrada por Lula foi nomear a deputada federal e então presidente do PT Gleisi Hoffmann para a SRI.

A indicação de Gleisi foi bem vista pelos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mas foi duramente criticada por líderes da oposição ao governo Lula. Para eles, a ida dela para a articulação indicaria uma “radicalização” devido à postura combativa da ministra.

*AE

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