Henrique Gimenes - 19/02/2019 15h59 | atualizado em 19/02/2019 17h55

Mesmo após a demissão de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência da República, o governo ainda tem alguns desafios pela frente. Nesta terça-feira (19), a revista Veja divulgou áudios em que o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e o presidente Jair Bolsonaro conversam sobre fatos que deram início à crise no governo.

Matéria do jornal Folha de S.Paulo apontou que o ex-ministro esteve envolvido no uso de candidatas “laranjas” pelo PSL nas eleições de 2018. Após a publicação, ele disse que chegou a conversar três vezes com Jair Bolsonaro, o que foi negado pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro. Após um fim de semana de incertezas, Bebianno foi exonerado por Bolsonaro, nesta terça.

Os áudios revelados pela Veja, no entanto, contradizem a declaração do vereador do Rio de Janeiro. As três primeiras gravações mostram conversas entre Bebianno e Bolsonaro sobre diversos assuntos, como uma viagem do ex-ministro ao Pará e conversas com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo.

Outra mensagem mostra Bolsonaro irritado com a repercussão de assuntos na imprensa, que teriam sido repassados pelo ex-ministro. Ele também nega que as trocas de áudio tenham sido uma conversa. Bebianno, no entanto, disse que não mentiu em nenhum momento.

– Há várias formas de se falar. Nós trocamos mensagens ontem três vezes ao longo do dia, capitão. Falamos da questão do institucional do Globo. Falamos da questão da viagem. Falamos por escrito, capitão – disse o ex-ministro.

Em outro momento, Gustavo Bebianno se mostrou incomodado por ser chamado de mentiroso pelo filho do presidente.

– Quando eu recebo esse tipo de coisa, depois de um post desse, é realmente muito desagradável. Inverta. Imagine se eu chamasse alguém de mentiroso em público. Eu não sou mentiroso. Ontem eu falei com o senhor três vezes, sim. Falamos pelo WhatsApp. O que é que tem demais? Não falamos nada demais – afirmou.

Sobre as denúncias, o ex-ministro também negou que tivesse qualquer envolvimento com candidatas laranjas. Bebianno ainda apontou que Bolsonaro estaria “envenenado” contra ele.

– Eu não tenho nada a ver com isso. Depois a gente conversa pessoalmente, capitão, tá? Eu tô vendo que o senhor está bem envenenado. Mas tudo bem, a minha consciência está tranquila, o meu papel foi limpo, continua sendo – ressaltou.

Bolsonaro então disse que não quer que o caso seja “jogado no seu colo” e que vai determinar à Polícia Federal (PF) que investigue o assunto.

Ouça os áudios:

• Áudio 1

• Áudio 2

• Áudio 3

• Áudio 4

• Áudio 5

• Áudio 6

• Áudio 7

• Áudio 8

• Áudio 9

• Áudio 10

• Áudio 11

• Áudio 12

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