Reunião: Paulo Guedes pediu a venda do Banco do Brasil
Ministro disse que governo tem pouca autonomia sobre decisões estratégicas da instituição
Paulo Moura - 23/05/2020 14h16
Na reunião envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e os ministros de governo no dia 22 de abril, um dos assuntos que ganhou destaque foi o posicionamento do ministro Paulo Guedes sobre uma possível venda do Banco do Brasil.
Durante sua fala, Guedes destacou que o banco, por ser constituído como uma sociedade de economia mista, não é nem público e nem privado e, por conta disso, dificulta a autonomia do governo nas decisões estratégicas dele.
– O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem (Novaes, presidente do banco), coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: “bota o juro baixo”, ele: “não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam”. Aí se falar assim: “bota o juro alto”, ele: “não posso, porque senão o governo me aperta”. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização – defendeu.
Após o presidente rir da fala efusiva de Guedes, o ministro destacou que a venda deveria ser feita logo, pois, ao contrário da Caixa e do BNDES, o governo “não consegue fazer nada” com a instituição.
– É um caso pronto e a gente não tá dando esse passo. Senhor já notou que o BNDES e o…. e o… e a Caixa que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender logo — completa Guedes.
Apesar de manifestar acordo com a decisão de privatizar o Banco do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro declarou que a medida não deve ser discutida neste momento.
— Isso aí… isso aí só se discute, só se fala isso em vinte e três, tá? – completou Bolsonaro.
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