Relembre cinco polêmicas de Boulos, novo ministro de Lula
Invasões, prisões e condenações estão no histórico do psolista
Paulo Moura - 21/10/2025 14h21 | atualizado em 21/10/2025 16h54

A nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para comandar a Secretaria-Geral da Presidência da República, anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (20), reacendeu o debate sobre a trajetória política e os episódios controversos que marcaram a carreira do novo ministro.
Líder histórico do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e figura conhecida da esquerda brasileira, Boulos acumula passagens que vão de denúncias judiciais a acusações de protestos radicais. A seguir, o Pleno.News traz cinco das polêmicas mais conhecidas de sua trajetória.
INCONSISTÊNCIA EM CURRÍCULO DE PROFESSOR
Apesar de se apresentar como professor para rebater críticas de adversários que o acusam de nunca ter trabalhado fora da militância, Boulos teve apenas passagens esporádicas pela docência, com períodos curtos e descontínuos, e ainda com duplicação de informações em seu currículo, como apurou o jornal Folha de S.Paulo em uma reportagem publicada cerca de dois meses antes das eleições municipais de 2024.
Embora, por exemplo, relate ter lecionado por cerca de metade do período entre 2006 e 2024, em apenas um ano e meio a dedicação teria sido exclusiva. Na ocasião da publicação da reportagem, Boulos afirmou, em nota, que trabalhava desde 2006 como “professor de escola básica, professor convidado em cursos de especialização, pesquisador ou colunista de veículos da imprensa, sempre de forma remunerada”.
ATUAÇÃO NO MTST
A imagem de líder de ocupações urbanas é uma das marcas mais fortes de Boulos. Por mais de 20 anos à frente do MTST, ele coordenou invasões de terrenos e organizou manifestações de grande repercussão. Entre os episódios mais notórios está o protesto de 2016 na sede da Fiesp, em São Paulo, quando a fachada do prédio foi danificada.
– A Fiesp defende a destruição do povo brasileiro. (…) Algumas vidraças quebradas não são nada perto do dano que a Fiesp faz para o povo trabalhador – disse ele, durante o ato.
Ao comentar o ocorrido durante uma sabatina no ano passado, Boulos justificou que a fala foi proferida “no calor da hora”. Em 2015, o psolista também participou da invasão do escritório do Ministério da Fazenda, em manifestação contra o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff (PT).
INVASÃO AO TRÍPLEX DE GUARUJÁ
Em 2021, Boulos se tornou réu acusado de invasão do tríplex de Guarujá (SP), imóvel que foi pivô da condenação de Lula na Operação Lava Jato. Embora não estivesse presente no local, o Ministério Público Federal o acusou de organizar e articular a ação, em 2018, realizada como forma de crítica à prisão do então ex-presidente.
Em junho de 2021, a Justiça Federal trancou a ação penal, entendendo que não havia indícios suficientes para o prosseguimento do processo.
RELATÓRIO FAVORÁVEL A JANONES
Em 2024, Boulos gerou controvérsia ao relatar e recomendar o arquivamento do processo contra o deputado André Janones (Avante-MG) no Conselho de Ética da Câmara. O caso envolvia suspeitas de “rachadinha”, após o vazamento de um áudio em que Janones pedia parte do salário de assessores.
Boulos argumentou que o episódio teria ocorrido antes da posse de Janones, o que impediria punição parlamentar — tese incompatível com os próprios áudios do caso. Mais tarde, já em 2025, Janones fechou acordo com a Justiça, pagando R$ 131,5 mil de reparação e R$ 26,3 mil de multa para encerrar o caso sem processo criminal.
DETENÇÕES POR INVASÕES
Boulos já foi detido ao menos três vezes durante ações do MTST. A primeira, em 2012, ocorreu durante a reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), quando foi algemado e liberado após pagamento de fiança. Em 2017, foi novamente detido durante uma reintegração em São Mateus, Zona Leste da capital paulista.
Além disso, Boulos afirmou, em entrevista à Agência Pública, ter sido detido em “2003 ou 2004”, durante uma desocupação em Osasco, mas não forneceu detalhes sobre as circunstâncias dessa prisão e nem qual seria o motivo.
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