Relatório da PF acusa padre José Eduardo de criar ‘oração ao golpe’
O acusado explica viagens para Brasília como pedidos de atendimento espiritual
Leiliane Lopes - 26/11/2024 21h25 | atualizado em 27/11/2024 11h29
O relatório da Polícia Federal (PF) divulgado nesta terça-feira (26) revelou que o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, indiciado no inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, elaborou uma “oração ao golpe” e a compartilhou pelo WhatsApp em 3 de novembro de 2022.
Em uma das mensagens analisadas, o padre pede que “católicos e evangélicos” orem para que o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e outros generais “ajam com coragem” e “consciência histórica” para “salvar o Brasil”. O texto incluía o pedido para que a mensagem fosse encaminhada apenas a pessoas de confiança.
O documento da PF também aponta que José Eduardo realizou várias viagens a Brasília, entre novembro e dezembro de 2022, período em que teria participado de reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o assessor Filipe Martins.
O religioso afirmou que suas idas à capital tinham como objetivo oferecer “atendimento espiritual”.
Mensagens obtidas pela polícia mostram que o padre discutia assuntos relacionados à suposta tentativa de golpe, mencionando que, sem o decreto do ex-presidente, “o povo ia se prejudicar”. Outras informações contidas no relatório trazem que o religioso mantinha contato próximo com Martins, a quem chamava de “grande amigo”, e tinha o número de Bolsonaro salvo em seu celular há mais de uma década.
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