Registros virtuais de invasão ao sistema do TSE foram perdidos
Informação consta no inquérito divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais
Paulo Moura - 05/08/2021 10h44 | atualizado em 05/08/2021 11h04
Após o presidente Jair Bolsonaro divulgar publicamente, na noite de quarta-feira (4), o inquérito da Polícia Federal (PF) que apura invasões realizadas a sistemas digitais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, diversos questionamentos sobre o assunto ganharam repercussão nas redes sociais. O principal deles aponta para o fato de que os registros digitais (logs) da época não existem mais.
A informação consta em um trecho do inquérito em que a Polícia Federal solicitava ao TSE informações sobre evidências que a Corte possuía a respeito da invasão hacker, realizada entre os meses de setembro e outubro de 2018, fato que ganhou grande repercussão na época por acontecer às vésperas do pleito presidencial.
À PF, o coordenador de Infraestrutura, da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE, Cristiano Andrade, disse que, “devido a manutenções para solucionar travamentos nos firewall (serviços de segurança de rede) do TSE”, uma empresa chamada Global IP realizou uma reinstalação do sistema de gerenciamento do serviço, porém “não tendo o devido cuidado de não prejudicar os logs”.
Cristiano ainda informou que o volume de logs configurado pela empresa após a manutenção ficou “em apenas 80GB, sendo suficiente para apenas 2 dias, considerando-se o volume de acessos durante o período eleitoral”. Por conta disso, tal fato denotaria que os dados da época foram perdidos por terem sidos sobrescritos por dados mais novos, que é o que ocorre nesses sistemas.
Em entrevista à Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro e o relator da proposta do voto impresso, deputado Filipe Barros (PSL-PR), apresentaram a cópia de relatórios enviados pelo TSE à Polícia Federal (PF). Na entrevista, o presidente e o parlamentar afirmaram que o hacker teve acesso ao “coração” da rede do TSE e poderia ter alterado o código-fonte de urnas eletrônicas.
Barros chegou a falar sobre o TSE não ter registros do histórico das atividades do hacker na rede da Corte e chegou a dizer que “o próprio TSE apagou os arquivos por onde andou o hacker”.
Em nota, o TSE alegou que o acesso indevido não representou riscos à integridade da eleição, já que o código-fonte dos programas utilizados passaram por “sucessivas verificações”.
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