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Regina tentará pacificar e pôr cultura acima de ideologias

Atriz toma posse como secretária de Cultura nesta quarta-feira

Gabriela Doria - 03/03/2020 19h12

Regina Duarte tomará posse na Secretaria de Cultura nesta quarta-feira (4)

Mais de um mês depois de ter aceitado o convite do presidente Jair Bolsonaro, a atriz Regina Duarte assume nesta quarta-feira (4) a Secretaria Especial da Cultura. Ela tem o desafio de conciliar as expectativas de um governo conservador com os anseios da classe artística, que espera da nova secretária uma abertura maior em relação aos ocupantes anteriores do cargo.

A cerimônia está marcada para 11h no salão nobre do Palácio do Planalto. A posse contará com a presença de representantes da classe artística e de políticos.

Publicamente, a atriz vem dizendo que tem como missão pacificar a Secretaria e fazer com que a cultura esteja acima de ideologias. No entanto, no intervalo entre o convite e a posse, ela enfrentou resistências de parte da classe artística e até da ala ideológica que apoia o presidente.

Regina, que encerrou na semana passada o contrato de mais de 50 anos com a TV Globo, foi escolhida para substituir o dramaturgo Roberto Alvim, demitido do cargo por Bolsonaro em 17 de janeiro após a publicação de um vídeo que parafraseava um ministro da Alemanha nazista.

O antecessor de Alvim, Henrique Pires, já havia deixado a Secretaria da Cultura em meio a polêmicas, ele acusou seu então chefe, o agora ex-ministro da Cidadania Osmar Terra, de censura.

A Secretaria da Cultura permanecerá subordinada ao Ministério do Turismo, comandado por Marcelo Álvaro Antônio. Bolsonaro transferiu o órgão de pasta após a demissão de Pires e divergências com Terra.

Por parte do governo, o presidente prometeu carta branca à atriz. Porém, seus auxiliares veem com reserva o tamanho dessa liberdade.

No cargo há 14 meses, Bolsonaro já deu demonstrações de que interfere na gestão de seus subordinados toda vez que sua visão de governo é confrontada.
Ao longo de sua vida política, Bolsonaro criticou leis de incentivo à Cultura, como a Lei Rouanet, e defendeu o incentivo de uma produção com ideologia mais conservadora e ligada às igrejas.

As classes política e artística aguardam o anúncio da equipe que foi montada por Regina. A lista de convidados para a posse e o nome de seus auxiliares são mantidos em segredo.

Ela demitiu em menos de um mês a reverenda Jane Silva, após ser criticada por artistas. O convite para que a reverenda assumisse o cargo de secretária-adjunta da Cultura foi visto como um aceno ao conservadorismo da gestão Bolsonaro.

Antes de aceitar o convite para assumir a Cultura da gestão Bolsonaro, Regina teve dois encontros presenciais com o presidente e fez visitas à estrutura da secretaria. Ambos se valeram de termos ligados a relacionamentos como namoro e noivado para se referir ao período, que durou quase 15 dias.

A relação entre eles teve início ainda durante o período eleitoral.

Em outubro de 2018, Regina visitou Bolsonaro no Rio de Janeiro quando ele se recuperava em casa da facada sofrida em setembro durante agenda de campanha.

Eternizada nas televisão brasileira como a Viúva Porcina, da célebre novela Roque Santeiro, ou como a Helena dos folhetins de Manoel Carlos, a faceta política de Regina se popularizou na campanha presidencial de 2002, quando ela disse ter medo de eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

*Folhapress

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