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Presidente do Senado fez um discurso de pacificação em vários sentidos, logo após o resultado

Marcos Melo - 01/02/2023 21h25 | atualizado em 02/02/2023 11h03

Rodrigo Pacheco Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O presidente reeleito do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez um discurso de pacificação em vários sentidos, logo após o resultado que consagrou sua recondução ao cargo.

– Pacificação é abandonar o discurso de nós contra eles. Polarização tóxica precisa ser definitivamente erradicada. Pacificação não significa se calar diante de atos antidemocráticos. Pacificação não é inflamar a população com narrativas inverídicas. Pacificação não significa omissão ou leniência. O Senado também precisa de pacificação para bem desempenhar funções – disse.

O senador afirmou que vai atuar “para a união das instituições em torno do bem geral e para pacificação”.

– A democracia está em pé pelo trabalho de quem se dispõe ao diálogo, não ao confronto. Vou me guiar pelo Estado Democrático de Direito, liberdades, democracia. A essência da democracia deve ser esta, solucionar disputas e fazer a divergência pacificamente – ressaltou.

Ao mencionar as manifestações radicais de 8 de janeiro, Pacheco disse que “estão sendo superados, mas não serão esquecidos”. E acrescentou que “não podem e não vão se repetir”.

– Tenhamos ações redobradas de preservação da nossa democracia. O recado que o Senado dá ao Brasil agora é que manteremos a defesa intransigente da democracia. As lideranças políticas que têm compromisso com o Brasil não podem se omitir neste momento. O discurso golpista que aflige e afasta a democracia deve ser desestimulado – declarou o senador.

Pacheco falou em tom institucional, apelando para uma união partidária, convocando os senadores a se unirem “pelo Brasil” e dizendo que “os interesses do país estão além”. E reiterando que “o Brasil precisa mesmo de pacificação”.

– Poderes da República precisam trabalhar em harmonia, buscando consenso pelo diálogo – destacou o parlamentar.

O presidente reeleito do Senado afirmou que os 49 votos obtidos na disputa desta quarta-feira (1º) foram em torno do que ele esperava. A jornalistas na saída do plenário da Casa, Pacheco declarou que o próximo passo é “trabalhar muito”.

O parlamentar ainda confirmou que conversou ao telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a sua vitória contra Rogério Marinho (PL-RN).

– O presidente Lula me deu parabéns. Agradeci – relatou, rapidamente, sem dar mais detalhes.

Falando sobre relação entre os Poderes, Pacheco ressaltou que vai manter o “paradigma de harmonia e independência”, mas disse que pretende ser “colaborativo com o Executivo”, sinalizando retribuir o apoio que recebeu do governo petista.

– Seremos colaborativos com o Poder Executivo para viabilizar medidas econômicas que permitam a volta do crescimento e o desenvolvimento da infraestrutura nacional – disse sentado à mesa do plenário logo após a proclamação do resultado.

Pacheco voltou a chamar de “absurdos” os atos extremistas de 8 de janeiro e citou a presença no Congresso de pessoas que teriam, posteriormente, relação com esses fatos.

– Temos compromisso de buscar pacificação, estabilidade, mas sem esquecer o que aconteceu com o Brasil de ofensa à democracia – disse.

O presidente do Senado reeleito também afirmou que vai contribuir com o Poder Executivo ao longo de seu próximo biênio, mas sem subserviência. Ele defendeu que, ao longo do seu primeiro mandato à frente do Congresso, isso já aconteceu e agora será mantido.

– O presidente do Senado tem a obrigação de manter equilíbrio, ponderação, mas garantir independência – disse Pacheco, que foi reeleito com apoio do presidente Lula, em coletiva de imprensa.

Em relação ao Judiciário, ponto alto das discussões sobre a Presidência do Senado, Pacheco afirmou que a saída é evitar a judicialização da política.

– Para que se evite esse desgaste que há hoje em relação ao STF, é importante, primeiro, que a política exerça autocontenção de seus problemas. Evitemos provocar o judiciário. Se o judiciário for provocado, vai ter que decidir, acaba gerando desgaste – disse.

A candidatura derrotada de Rogério Marinho à Presidência do Senado foi pautada por uma suposta hipertrofia do Judiciário sobre o Legislativo.

Na coletiva de imprensa, Pacheco disse ser muito importante que todos os senadores reconheçam a sua vitória em nome da reunificação da Casa.

– Quero buscar reconhecer a legitimidade da oposição, situação, maioria e minoria – declarou o senador.

*AE

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