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Ramagem nega “intimidade” com a família Bolsonaro

Diretor da Abin disse em depoimento que tem conhecimento do apreço, mas sem maiores proximidades

Paulo Moura - 12/05/2020 08h16 | atualizado em 12/05/2020 08h22

Presidente Jair Bolsonaro e o delegado Alexandre Ramagem Foto: PR/Carolina Antunes

Em depoimento à Polícia Federal na segunda-feira (11), o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Investigação) Alexandre Ramagem confirmou ser a opção de confiança do presidente Jair Bolsonaro para assumir a chefia da corporação.

Durante suas declarações, Ramagem explicou que ganhou a confiança do presidente durante a campanha, quando se aproximou da família Bolsonaro e comandou a segurança do então candidato a presidente após o atentado em Juiz de Fora.

O diretor da Abin ainda declarou saber que tem a consideração da família do presidente, mas negou ter qualquer “intimidade pessoal” com os familiares de Jair Bolsonaro.

– [Ramagem disse] que o depoente [Ramagem] tem ciência de que goza da consideração, respeito e apreço da família do presidente Bolsonaro pelos trabalhos realizados e pela confiança do presidente da República no trabalho do depoente, mas não possui intimidade pessoal com seus entes familiares – declarou.

Outro ponto de destaque na fala de Ramagem, foi o fato dele afirmar que teria sido desqualificado para o cargo de diretor-geral da PF por não ser próximo do então ministro Sergio Moro.

– [Ramagem também disse] que no entender do depoente, o motivo da sua desqualificação, portanto, foi o fato deste não integrar o núcleo restrito de delegados de Polícia Federal próximos ao então ministro Sergio Moro, uma vez que, diante dos fatos ora relatados, não haveria um impedimento objetivo que pudesse conduzir à rejeição de seu nome – apontou.

O diretor da Abin também negou que Bolsonaro tenha falado sobre uma possível intromissão na PF ou o acesso a dados sigilosos de investigações.

– [Ramagem acrescentou] que o presidente da República nunca chegou a conversar com o depoente, sob a forma de intromissão, sobre investigações específicas da Polícia Federal que pudessem, de alguma forma, atingir pessoas a ele ligadas – disse.

Ramagem chegou a ser nomeado pelo presidente para o comando da PF, mas acabou tendo a sua posse suspensa por uma liminar concedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a apresentar ao ministro do STF um pedido de reconsideração da suspensão, mas ele foi negado.

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