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Ministra conversou com Rachel Sheherazade, na estreia do programa SBT Mulher

Ana Luiza Menezes - 21/01/2020 17h54 | atualizado em 21/01/2020 18h31

Rachel Sheherazade entrevistou a ministra Damares Alves Foto: Divulgação/SBT

A ministra Damares Alves, foi entrevistada por Rachel Sheherazade. A presença dela marcou a estreia do SBT Mulher, programa criado pelo perfil do Jornalismo da emissora, no Facebook.

No início da entrevista, Damares rebateu a polêmica causada pela frase “meninos vestem azul e meninas vestem rosa”. Em tom de brincadeira, Sheherazade disse que tentou usar uma roupa rosa, mas não conseguiu.

– A gente veste a cor que a gente quiser. E as crianças vestem a cor que quiserem. (…) O que eu queria dizer com aquilo é que a criança pertence a família, a criança não pertence ao Estado. A família tem o direito e a liberdade, se quiser vestir rosa, se quiser vestir azul, sem nenhum patrulhamento. Se quiser vestir colorido, se não quiser vestir. O que a gente estava querendo dizer era o seguinte: chega de patrulhamento, chega de ideologia, chega de confusão. Vamos proteger crianças, vamos investir em educação de qualidade – declarou.

Alves também falou sobre críticas sofridas por conta da adoção de sua filha, Lulu, da aldeia indígena Kamayurá, no Mato Grosso. Ela explicou detalhes sobre como passou a cuidar da menina.

– Na comunidade dela, filhos de mães solteira têm que ser sacrificados. Lulu era uma dessas meninas que a mãe não podia ficar. A mãe não conseguiu matar e jogou na floresta – afirmou.

Um casal encontrou a criança e a levou para Damares. A ministra falou sobre as acusações referentes a uma suposta interferência cultural.

– Fui proibida por muitos anos de falar. Porque eles acham que eu faço interferência cultural. Não posso salvar as crianças, porque no fato de salvar, estou mexendo na cultura. Só que tenho o entendimento que a cultura não pode ser maior do que a vida – falou.

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O assunto foi bastante explorado, principalmente, quando o nome de Damares foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro para o comando do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

– Nesse momento em que todo mundo precisava falar muito mal da ministra, eles [a imprensa] descobriram que a Funai me via, no passado, como uma sequestradora. Mas eu nunca sequestrei uma criança indígena – disse.

A entrevista foi dividida em duas partes, tendo a primeira sido divulgada na segunda-feira (20), no perfil do SBT Jornalismo, no Facebook. A segunda parte foi veiculada, na mesma rede social, nesta terça-feira.

Segunda parte da entrevista foi exibida nesta terça-feira Foto: Divulgação/SBT

No segundo momento da conversa, Damares falou sobre a questão da facilitação do porte de armas.

– A liberação das armas foi muito questionada. Mas a gente foi buscar experiências fora [do país]. Lá fora a liberação das armas não aumentou o feminicídio. [Como pastora e cristã] eu não quero arma para mim. Eu procuro não entrar nessa discussão, mas a gente tem duas correntes, [uma] dizendo que vai aumentar o feminicídio, e outra que fala que não vai aumentar. Vamos fazer o seguinte: vamos proteger as mulheres – falou.

Damares foi questionada também sobre os índices de crimes contra mulheres no Brasil. Ela falou sobre a importância de combater criminosos e citou o trauma que sofreu na infância.

– Essa luta de proteção da mulher no Brasil, nós vamos ter que esquecer todas as nossas diferenças ideológicas, partidárias e religiosas. Nós vamos ter que nos unir. Ou a gente faz isso ou a gente faz isso. Não tem opção B. (…) Aos 6 anos, eu fui barbaramente estuprada por alguém que estava hospedado na minha casa e se dizia pastor – disse.

A ministra defendeu sua luta pela educação sexual.

– Eu não posso perder a oportunidade de dar alguns recados, usando a minha experiência. Tem gente que acha que eu sou maluca, que eu não quero educação sexual. Se aos 6 anos, quando eu estava sendo agredida, eu soubesse que estava sendo agredida, eu teria gritado. (…) O que eu via dentro da minha casa: generosidade, amor, louvor, Deus é amor. Eu não imaginava a violência. Aí, de repente, o cara que pregava amor estava em cima de mim, me machucando. O que eu via [naquele momento]: um homem gordo, suado, fungando, me machucando. E, na minha mente, eu dizia: ‘o que é isso?’ Se alguém tivesse me dito, aos 6 anos: ‘ se alguém tocar aqui [nos seios], grite’, eu teria fugido. Por isso, eu defendo a educação sexual para empoderar a criança, para ela se defender – declarou.

Ela prosseguiu falando sobre projetos, que visam ampliar as ações de proteção às mulheres. Temas como mulheres na política e aborto também foram abordados. Damares apontou que o aborto faz mal para as mulheres.

– Aborto não é solução para nenhum problema. Essa é uma visão científica: a mulher que passa pelo aborto nunca mais é a mesma – defendeu.

Damares disse que é importante buscar meios de combater os problemas que levam mulheres a interromperem uma gravidez. Segundo ela, é válido lutar contra o estupro e investir em uma política pública de planejamento familiar.

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