Queiroga revoga resolução que trazia “direito ao aborto legal”
Texto havia sido publicada no Diário Oficial da União na terça-feira
Henrique Gimenes - 06/08/2021 17h18 | atualizado em 06/08/2021 18h01

Nesta sexta-feira (6), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, revogou uma resolução publicada no Diário Oficial da União (DOU) que trazia, como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), a garantia ao “direito ao aborto legal, assegurando a assistência integral e humanizada à mulher”. A medida levantou debates e gerou críticas nas redes sociais
A resolução havia sido aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em 2019 e publicada no DOU na terça-feira (3).
O ministro da Saúde chegou a se posicionar no mesmo dia. De acordo com ele, a orientação “não representa a posição do Ministério da Saúde” e os representantes da pasta no CNS foram vencidos na votação. Além disso, Queiroga explicou que a Legislação determina que as resoluções sejam publicadas no Diário Oficial da União (DOU).
– [Eu] Gostaria de falar com vocês acerca das desinformações sobre a resolução 617/2019, do Conselho Nacional de Saúde. O CNS tem previsão legal, é integrado por 48 membros, sendo seis do Ministério da Saúde. Todos os representantes do Ministério da Saúde no Conselho foram contrários à referida resolução. O Ministério da Saúde tem uma defesa intransigente da vida desde a sua concepção. E não concordamos com ações que dividem a nossa sociedade. Vamos continuar juntos lutando pelo SUS e pelo povo brasileiro – apontou o ministro na ocasião.
Outro ponto presente no texto da resolução que causou polêmica foi o referente às cirurgias trans.
O trecho em questão apontava que o SUS deveria garantir “as cirurgias transexualizadoras: a) que seja considerada como prioridade os critérios para ser realizada em outros estados por meio dos recursos de tratamentos fora do domicílio (TFD); e b) que seja deferido um plano de qualificação dos hospitais de alta complexidade, preferencialmente o hospital universitário para realizar procedimentos cirúrgicos”.
Leia também1 "Barroso quer que nossas filhas de 12 anos tenham relações sexuais"
2 Bolsonaro detona "ativismo judicial" de Barroso no STF
3 Queiroga explica trecho sobre aborto no Diário Oficial
4 Jair Bolsonaro dispara contra Barroso: “Se acha o máximo”
5 Bolsonaro propõe criação do Dia do Nascituro e contra o aborto