PT entra com representação na PGR contra Marun
Ministro da Secretaria de Governo afirmou que governo liberaria recursos para governadores que apoiassem Reforma da Previdência
Henrique Gimenes - 28/12/2017 21h57

A bancada do PT na Câmara dos Deputados entrou, nesta quinta-feira (28), com uma representação criminal na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, por declarações sobre a Reforma da Previdência. Os deputados também entraram com uma representação ao presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn.
Marun afirmou, na terçca-feira (26), que governadores interessados em tomar financiamentos de bancos públicos e outros recursos federais deveriam ajudar o governo a aprovar a Reforma da Previdência. Para ele, a medida não seria uma chantagem, mas o governo apenas esperava uma “reciprocidade”.
Na representação do PT, os parlamentares solicitam que se houve crime na declaração de Marun. Para o partido, “a conduta do Ministro incide em delitos inscritos na legislação penal e devem ser coibidas por se tratarem de liberação de dinheiro público em troca de um favor, que seria o apoio na aprovação da impopular reforma da Previdência”. Os deputados também querem que a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, tome medidas necessárias visando impedir que as “ameaças do ministro se cumpram”.
Na quarta-feira (27), os governadores do estados do Nordeste também enviaram uma carta ao presidente Michel Temer criticando as declaração de Carlos Marun e pedindo que os ministros do governo sejam reorientados “a fim de coibir práticas inconstitucionais e criminosas”.
Com a repercussão negativa, o ministro da Secretaria de Governo também divulgou uma nota em que nega ter condicionado apoio com a liberação de recursos. Em seu texto, ele diz que desafia “qualquer um a destacar o trecho em que afirmo que financiamentos estão condicionados a apoio a necessária Reforma da Previdência. Afirmei, como reafirmo, que espero que todos os agentes públicos tenham a responsabilidade de contribuir neste momento histórico da vida da Nação. E afirmei, como reafirmo, que vou dialogar de forma especial com aqueles que estão sendo beneficiados por ações do governo, pleiteando o seu envolvimento no esforço que estamos fazendo para realizar as reformas que o Brasil necessita”.
Já na representação enviada ao BC, o PT pede que sejam tomadas medidas para evitar o uso político de instituições bancárias. Segundo os parlamentares, “A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) são bancos públicos, não podem se prestar a negociatas espúrias nem se submeter à ‘política de governo'”.
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