Leia também:
X Comerciante dispara tiros contra vice-prefeito de Atibaia

PT e equipe de Lula disputam por comunicação da campanha

Os dois lados têm divergido sobre como conciliar a propaganda do presidenciável

Pleno.News - 14/03/2022 13h29 | atualizado em 14/03/2022 15h02

Ex-presidente Lula Foto: Divulgação Lula/Ricardo Stuckert

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto enfrenta uma disputa de bastidores pelo comando da comunicação. De um lado, está o coordenador de comunicação da equipe de Lula, Franklin Martins, e, de outro, o secretário do PT, Jilmar Tatto. Os dois têm protagonizado divergências sobre como conciliar a propaganda de Lula e do partido na corrida presidencial.

A ordem do marketing da campanha é investir na marca Lula, e não na imagem do PT, uma vez que o ex-presidente diz ser pré-candidato de “um movimento para reconstruir a democracia”. É com esse mote que Lula tenta atrair aliados e montar uma frente contra o presidente Jair Bolsonaro, que vai concorrer à reeleição.

Ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) no segundo governo Lula, de 2007 a 2010, Franklin quer ter o controle sobre todas as ações envolvendo o ex-presidente. Tatto, por sua vez, exige autonomia para administrar as redes sociais, a TVPT – canal do partido no YouTube -, a rádio e o aplicativo da sigla.

A principal criação sob sua direção, no momento, é o podcast para evangélicos, previsto para ser lançado neste mês com o pastor Paulo Marcelo. A comunicação institucional do PT está nas mãos de Tatto – ex-deputado que irá disputar novamente uma vaga na Câmara -, mas ele tem reclamado de interferência em sua área.

O PT repassou à equipe de Franklin, recentemente, três trabalhos que estavam a cargo da comunicação do partido. Deixaram de ser produzidos pelo PT, por exemplo, o monitoramento do que é falado sobre Lula e a legenda nas redes sociais, além da plataforma de denúncias sobre fake news e o site do ex-presidente.

Antes dessa transferência, os dados obtidos com o monitoramento das redes eram enviados para integrantes do Diretório Nacional, deputados, senadores e também para o núcleo da campanha. O Estadão apurou que Franklin considerou as informações estratégicas e, sob esse argumento, decidiu que deveriam ficar apenas com sua equipe.

DESAGRADO
A decisão desagradou à Secretaria de Comunicação do PT, comandada por Tatto. Em conversas reservadas, dirigentes afirmaram que não há “dois dinheiros”, um para fazer serviço para Lula e outro para o partido.

Até o momento, o trabalho de monitoramento é pago com a verba do Fundo Partidário. Na avaliação de petistas, contratar duas análises seria também fazer o mesmo serviço duas vezes, já que Lula e o PT estão vinculados.

Na semana passada, o WhatsApp suspendeu contas de administradores dos grupos oficiais de apoio a Lula após o lançamento do portal Lulaverso. Criada pela comunicação da campanha, a multiplataforma está presente no Twitter, TikTok, Instagram, WhatsApp e Telegram.

A assessoria do ex-presidente afirmou que o bloqueio temporário das contas foi uma reação automática do WhatsApp ao intenso movimento dos grupos. Tatto disse, em um grupo do PT, que aquilo nada tinha a ver com o partido, mas, sim, com “a equipe do Franklin”.

Homem da confiança de Lula, o ex-ministro da Secom foi o responsável pela escolha do marqueteiro Augusto Fonseca, que assinará os programas de rádio e TV de Lula. Jornalista como Franklin, Fonseca é diretor da agência MPB Estratégia & Criação. Em 2002, ele atuou ao lado de Duda Mendonça na campanha de Lula. Tem em seu currículo, ainda, as propagandas políticas de Fernando Henrique Cardoso (1994), Marta Suplicy (2000), Aécio Neves (2014) e Ciro Gomes (2018).

Tatto sempre se orgulhou de ter “estatizado” a comunicação do PT, que conta com uma estrutura própria, e tirado as agências de publicidade de cena. Procurado, ele amenizou as divergências com Franklin.

– O PT é um partido complexo, gigante, exige paciência, parcimônia – desconversou.

Depois, disse apenas que o atraso no lançamento do podcast destinado ao público evangélico se deve à reforma do terceiro andar da sede do PT, em Brasília, que abrigará o estúdio de gravação. Franklin não quis se manifestar.

*AE

Leia também1 Mourão: Presidente da Petrobras é "resiliente e aguenta a pressão"
2 Alessandro Vieira diz que não será candidato a presidente
3 União Brasil perde 11 deputados para o PL em um único evento
4 Tereza Cristina viaja ao Canadá para tratar de fertilizantes
5 Ministro critica filme com 'piada' de pedofilia: 'Asqueroso'

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.