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PSDB perdeu R$ 10,7 milhões com prévias e pré-campanha

Ex-governador de SP anunciou desistência, e partido deve apoiar Simone Tebet como candidata da terceira via

Thamirys Andrade - 23/05/2022 17h08 | atualizado em 23/05/2022 17h18

João Doria cumprimenta Joe Biden pelo Twitter
Governador de SP, João Doria Foto: Secom/Leon Rodrigues

O PSDB acumulou gastos milionários com as prévias e a pré-campanha presidencial do ex-governador João Doria, que acabou frustrada após o tucano oficializar sua desistência, nesta segunda-feira (23), em meio a pressões internas no partido. De acordo com informações do jornal O Globo, a sigla teve prejuízo de R$ 10 milhões somente com as prévias e de R$ 700 mil com a pré-campanha.

A seleção para determinar quem seria o candidato oficial do PSDB ao Planalto ocorreu em novembro do ano passado e teve a disputa protagonizada pelo ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e por Doria, que saiu vencedor no pleito interno. Contudo, o ex-gestor paulista enfrentou dificuldades para firmar alianças e se manter como o nome do partido, que negocia uma aliança com a terceira via e deve apoiar o lançamento de Simone Tebet (MDB). De acordo com pesquisas encomendadas por PSDB, MDB e Cidadania, a senadora possui menor índice de rejeição e mais chance de crescimento.

Os R$ 10 milhões das prévias devem ser declarados oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o mês de junho. No partido, se discute se a sigla deveria de fato arcar com todo o valor, pois o aplicativo encomendado apresentou defeito na contabilização dos votos e levou ao adiamento da eleição. A sigla ainda precisou contratar uma empresa de tecnologia e de cibersegurança para concluir a votação.

Após a escolha ser concretizada, o PSDB também teve de arcar com a pré-candidatura do tucano. Para isso, a legenda pretendia disponibilizar cerca de R$ 2,5 milhões de seu fundo partidário, de acordo com informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Desses R$ 2,5 milhões, Doria chegou a gastar R$ 700 mil para financiar viagens, escritório em São Paulo e funcionários.

Esse teria sido, inclusive, um dos motivos fundamentais que contribuíram para a desistência de Doria. O ex-governador teria sido avisado por auxiliares que, tão logo o PSDB oficializasse seu apoio a Simone Tebet, deixaria de disponibilizar verba para sua campanha. O ex-governador não viu vantagem em bancá-la de seu próprio bolso, sem o apoio da própria legenda.

– Ao perceber que ia ser estrangulado financeiramente e humilhado politicamente, Doria resolveu sair de cena – disse o colunista.

Ao anunciar sua desistência nesta segunda, o tucano afirmou compreender e aceitar que não é “o candidato da cúpula do PSDB”.

– Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito esta realidade com a cabeça erguida. Sou um homem que respeita o bom senso, o diálogo e o equilíbrio. Sempre busquei e seguirei buscando o consenso, mesmo que ele seja contrário à minha vontade pessoal. O PSDB saberá tomar a melhor decisão no seu posicionamento para as eleições deste ano – declarou.

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