Pressionado, Renan recua e tira Heinze do relatório final da CPI
Relator da CPI da Covid-19 queria sugerir indiciamento de parlamentar
Gabriela Doria - 26/10/2021 19h38 | atualizado em 27/10/2021 11h52

Após causar tumulto na CPI da Covid-19 por sugerir o indiciamento do senador Luis Carlos Heinze, o senador Renan Calheiros retirou o nome do parlamentar do relatório final. O recuo de Renan ocorre após pressão do colegiado.
Heinze, que é membro da CPI, teve o nome incluído no relatório final sob a acusação de incitação ao crime. A sugestão de indiciamento atendeu a um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Durante todo o trabalho da comissão, Heinze se manifestou a favor do tratamento precoce contra a Covid-19 e foi um crítico contumaz da CPI. O senador também leu no plenário um relatório paralelo ao oficial.
Em seu discurso, Heinze disse que os integrantes da CPI se “negaram” a analisar “mais de 284 estudos da literatura médica sobre hidroxicloroquina”. O senador também afirmou que a comissão “inventou crimes do governo” em uma “engenharia para atribuir culpa” ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Senadores da base aliada ao governo também contestaram o indiciamento de Heinze.
– Faço um apelo. Sei que os nervos estão aflorados há seis meses, mas uma medida como essa passa um revanchismo e perseguição […]. É uma covardia, estão colocando parlamentares em crimes que não estão inscritos, por crimes de opinião – argumentou Eduardo Girão (Podemos-CE).
O senador Fernando Bezerra (MDB-PE) também saiu em defesa de Heinze. Ele considerou a medida uma “decisão acalorada” e pediu uma “nova reflexão sobre essa manifestação”.
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