Presidente da CPI da Pandemia nega funcionamento presencial
Omar Aziz disse que assunto já havia sido definido antes da instalação do colegiado
Paulo Moura - 29/04/2021 14h29 | atualizado em 29/04/2021 15h42

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), negou, nesta quinta-feira (29), uma questão de ordem feita pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO) que solicitava a exigência de funcionamento presencial da comissão. Para Rogério, as atividades semipresenciais para oitivas de testemunhas vão comprometer os trabalhos da CPI.
– A oitiva e eventual acareação de testemunhas e indiciados não se limita à atividade de ouvi-los da forma que acharem mais conveniente. O procedimento demanda cuidados especiais. Impõem-se que sejam ouvidos sem qualquer forma de ameaça e coação e que, nesse procedimento, não sejam instruídos e orientados, salvos nos casos assegurados pelas normas do processo penal – disse.
Omar, porém, afirmou que está seguindo orientação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que acatou a decisão de instalar a CPI. Para Aziz, a discussão sobre o método de realização do colegiado já estava definido antes da instalação.
– Nós já tínhamos discutido isso. Hoje vamos aprovar o plano de trabalho e depoentes para que a gente inicie na terça-feira (4). É uma pauta que já estava definida. Vai ser semipresencial? Vai sim – apontou.
O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que a questão de ordem é uma tentativa de obstrução ao trabalho do colegiado. Na opinião do emedebista, a CPI deveria ter sido instalada em fevereiro, o que não aconteceu, segundo disse, por conta dos próprios senadores.
– Hoje nós chegaremos a 400 mil mortos. Isso é de uma falta de sensibilidade, querer discutir como vai ser um depoimento que só acontecerá na terça-feira, fazendo com que nós percamos tempo dessa forma – criticou Renan.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), porém, disse que o pedido de Marcos Rogério era legítimo e que problemas com sinal de internet podem acontecer durante a realização das sessões da comissão.
– Eu não entendo como se faz uma acareação tecnologicamente. Vai que o sinal [de internet] cai na hora de uma resposta importante? A gente sabe como funciona o inquérito. Tem certas situações que não tem realmente como fugir, isso é óbvio – completou Girão.
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