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“Precisamos pisar no freio”, diz ex-ministro do STF sobre ação contra empresários

Para Marco Aurélio Mello, estamos vivendo "tempos estranhos"

Henrique Gimenes - 25/08/2022 14h49 | atualizado em 25/08/2022 15h15

Marco Aurélio Mello, ex-ministro do STF Foto: STF/SCO/Nelson Jr.

Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello mostrou preocupação com uma ação da Polícia Federal (PF) que teve como alvo um grupo de empresários que teria defendido um golpe no Brasil caso o ex-presidente Lula vencesse as eleições. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Marco Aurélio afirmou que é preciso “pisar no freio”.

O ex-ministro também afirmou que estamos vivendo “tempos estranhos”.

– Eu não compreendi os atos de constrição. Vinga ainda no país, ainda bem, a liberdade de expressão (…). Você pode não concordar, mas você brigar na veiculação de ideias é muito ruim (…). Tempos estranhos. Precisamos de temperança, compreensão. Precisamos pisar no freio, porque isso não interessa, principalmente aos menos afortunados. Em termos de governança, de preservação de certos valores, o que interessa é a estabilidade. A paixão, em casos de Estado, merece a excomunhão maior. Estão todos apaixonados – apontou.

A operação da PF ocorreu após uma reportagem do site Metrópoles apresentar prints que seriam de conversas de grandes empresários brasileiros em um grupo privado de WhatsApp. De acordo com o colunista Guilherme Amado, entre os empresários presentes no grupo estavam Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, dono da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, dono da marca de surfwear Mormaii.

A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra oito empresários. Nas mensagens, eles teriam chegado a afirmar que “golpe foi soltar o presidiário” e que os atos marcados para o próximo 7 de Setembro estão sendo programados “para unir o povo e o Exército”.

Para Marco Aurélio, no entanto, os empresários apenas compartilharam uma opinião.

– Eles disseram uma opinião: “Olha, ao invés do ex-presidente é preferível o golpe”. Mas em Direito Penal não se pune a cogitação. Eu tinha o WhatsApp como algo inalcançável. A insegurança passa a imperar – destacou.

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