“Política fiscal mais importante no momento é a vacinação”
Guedes prevê uma leve queda na economia com o avanço dos casos de Covid
Pierre Borges - 06/04/2021 18h07 | atualizado em 06/04/2021 18h22

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (6), em evento promovido pelo Itaú, que a política fiscal mais importante no momento é a vacinação. Ele destacou que a atividade econômica deve sofrer uma queda de novo devido à nova onda da pandemia de Covid-19, mas menor e mais breve do que a observada em 2020.
A reação do governo, defendeu o ministro, precisa ser via incremento da vacinação. Segundo ele, essa é a ação com maior retorno econômico e de saúde no momento, em vez de elevar dramaticamente os gastos públicos.
No ano passado, o governo gastou quase R$ 600 bilhões extras para combater a pandemia de Covid-19. Neste ano, já estão autorizados R$ 44 bilhões para a nova rodada do auxílio emergencial, além de haver a previsão de R$ 9,8 bilhões para o programa que permite redução de jornada e salário ou suspensão de contrato de trabalhadores.
O governo também tem reaberto créditos extraordinários do ano passado para aplicar recursos contra a Covid-19 ou aberto novos em favor da saúde.
No evento, voltado para investidores internacionais, Guedes destacou que o governo quer prosseguir com reformas estruturais e reafirmou o compromisso com a reabertura da economia. Hoje, segundo ele, quase metade das trocas do Brasil são com “a área mais dinâmica do mundo”, em referência à Ásia.
O ministro citou recente decisão do governo de cortar 10% das tarifas de importação sobre eletrônicos e bens de capital. Segundo ele, esse movimento acaba pressionando o Mercosul a adotar a mesma medida na Tarifa Externa Comum (TEC).
– Também temos feito movimentos unilaterais [de abertura econômica] – disse.
Guedes reafirmou ainda que a recuperação da economia precisa vir do setor privado e que o governo segue comprometido com grandes reformas estruturais, como a administrativa e a tributária.
– Estamos trabalhando duro para derrubar a dívida/PIB novamente – afirmou Guedes.
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