‘Pode-se derrubar sistema do TSE, mas não fraudar eleição’
Barroso voltou a garantir que as urnas eletrônicas são seguras, mas admitiu fragilidade no sistema
Pierre Borges - 17/02/2022 12h28 | atualizado em 17/02/2022 14h23
O ministro Luís Roberto Barroso, que deixará a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima semana, disse, em entrevista publicada na noite desta quarta-feira (16) pela Folha de S. Paulo, que o sistema do TSE pode ser derrubado por um ataque hacker, mas garantiu que nenhum ataque cibernético pode alterar o resultado das eleições.
– O que eu posso assegurar é que não há risco de um ataque interferir no resultado das eleições, porque as urnas nunca entram em rede. Você pode derrubar o sistema do TSE, mas não tem como fraudar a eleição – disse Barroso ao ser questionado sobre a instabilidade que o aplicativo do TSE apresentou nas eleições de 2020.
Ele explicou ainda que ao término da votação, as urnas eletrônicas imprimem, em muitas vias, um boletim com o resultado da eleição e que esse boletim é distribuído aos partidos e colocado na internet.
– O envio desses dados ao TSE é só para fazer a totalização. São quase 6.000 municípios, milhares de candidatos, e você faz uma totalização centralizada, mas dá para fazer a conta à mão. Não tem como fraudar a eleição – garantiu.
O ministro disse ainda que a instabilidade que o sistema sofreu em 2020 foi devido a um ataque massivo que o TSE sofreu de diversas partes do mundo. Barroso afirmou que está “muito convencido” de que os ataques foram orquestrados de dentro do Brasil, “mas a Polícia Federal infelizmente nunca conseguiu chegar aos atores”.
– Eu não posso garantir que não vá haver ataque, nem posso garantir que não vão derrubar o sistema. Posso dizer que até agora nunca conseguiram. Mas, se derrubarem, não acontece nada de ruim no tocante ao resultado das eleições – afirmou.
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