PGR diz ao STF que é contra afastamento e prisão de Salles
Ministro é alvo de operação da Polícia Federal
Pleno.News - 10/06/2021 20h28 | atualizado em 11/06/2021 10h54
Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) disse ser contra um pedido para afastar do cargo e prender o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por obstrução de Justiça na Operação Akuanduba, que fez buscas contra ele.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes pediu parecer da PGR sobre a notícia de fato, formalizada por uma advogada, indicando que Salles teria ocultado seu celular e alterado o número de telefone no curso das investigações, como revelou o jornal O Globo, o que demandaria medidas cautelares para resguardar o andamento do inquérito.
O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, deu a questão por encerrada sob o argumento de que Salles já entregou o celular às autoridades. O aparelho foi entregue à Polícia Federal 19 dias após as buscas contra o ministro do Meio Ambiente.
– Eventuais ilações acerca de resistência à determinação judicial pelo investigado estão superadas pela entrega voluntária de seu telefone celular – escreveu o vice-procurador.
Medeiros disse ainda que pessoas sem envolvimento no processo não têm legitimidade para pedir medidas de apuração ou cautelares.
– Tratando-se de investigação em face de autoridades de foro por prerrogativa de função perante o Supremo Tribunal Federal, como corolário da titularidade da ação penal pública, cabe ao Procurador-Geral da República o pedido de abertura de inquérito, bem como a indicação das diligências investigativas, sem prejuízo do acompanhamento de todo o seu trâmite por todos os cidadãos – afirmou.
A investigação que motivou as buscas apura indícios de favorecimento de empresas na exportação ilegal de madeira. Salles também é alvo de um segundo inquérito, conduzido pela ministra Cármen Lúcia, sob suspeita de obstruir a maior investigação ambiental da Polícia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros. Ele nega irregularidades.
*Estadão
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