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PGR defende manutenção da prisão de ex-comandante da PM

Fábio Augusto Vieira foi detido em Brasília no dia 10 de janeiro

Pleno.News - 01/02/2023 14h38 | atualizado em 01/02/2023 16h14

Coronel Fabio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favorável à manutenção da prisão preventiva do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fábio Augusto Vieira. Ele está detido em Brasília desde o dia 10 de janeiro.

A defesa de Vieira pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a soltura do ex-comandante, pois sua detenção seria injustificada. Foram anexadas ao processo imagens, divulgadas nesta semana, que mostram Vieira ensanguentado.

De acordo com os advogados, Vieira foi ferido na cabeça enquanto, junto com seus subordinados, tentava impedir que vândalos e golpistas invadissem e depredassem o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 8.

Na ocasião, Vieira ainda comandava a PMDF, sendo responsável por, entre outras coisas, estabelecer a política de comando e emprego da corporação e assessorar o secretário distrital de segurança pública.

A exoneração de Vieira do comando da PMDF foi uma das primeiras medidas adotadas tão logo o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou a intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal e nomeou o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, como interventor, no mesmo dia 8.

No relatório em que analisa os fatores que culminaram com o ataque antidemocrático aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o interventor federal apontou que, embora estivesse presente à Praça dos Três Poderes, atuando ao lado de outros policiais militares, Vieira tinha perdido “a capacidade de liderar seus comandados diretos, uma vez que suas solicitações por reforço não foram consideradas nem atendidas prontamente”.

A Corregedoria da PMDF instaurou seis inquéritos policiais militares para apurar a conduta e eventuais omissões de vários agentes, principalmente comandantes e subcomandantes.

Vieira foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, a pedido da Polícia Federal (PF), que apontou a omissão de autoridades locais no controle dos atos do dia 8 e a conivência dos responsáveis pela vigilância da área central de Brasília com vândalos e golpistas.

Na mesma decisão, Moraes autorizou que também o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, fosse preso. Ex-ministro do governo Bolsonaro, Torres foi preso no dia 14 de janeiro, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, vindo dos Estados Unidos, onde estava, de férias, desde a véspera dos ataques de 8 de janeiro.

Em sua manifestação sobre o pedido da defesa de Vieira, o subprocurador geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, sustentou que “não houve nenhuma modificação da situação de fato ou de direito” desde que o ministro Alexandre de Moraes autorizou a prisão cautelar do ex-comandante.

O representante da PGR também rebateu as alegações de que o ex-comandante não participou do planejamento e da organização da operação de segurança para 8 de janeiro. Para Santos, não é “crível” que Vieira “desconhecesse a gravidade dos atos que se avizinhavam”, tanto que, pessoalmente, foi para o local dos fatos para acompanhar todos os seus desdobramentos.

– O que se tem, até esse momento, é uma hipótese criminal que autoriza a custódia cautelar do requerente, porque, ainda que haja necessidade de delimitação de outras responsabilidades e alguns contornos fáticos, há evidências de que o requerente sabia, podia e devia ter agido – sustentou o subprocurador.

Ele alegou que o ex-comandante poderia e deveria ter acionado o efetivo necessário para conter a ação criminosa.

Considerando a urgência da investigação, a PGR pede que Moraes determine que a PF apresente, em 15 dias, relatório parcial das investigações; inclusive, com a análise do material apreendido em diligências anteriores.

*Agência Brasil

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