PGR: ‘Convite a subprocuradora para ir à CPI seria afronta ao MP’
Pedido de comparecimento de Lindôra Araújo foi apresentado pelo senador Eduardo Girão
Pleno.News - 13/05/2021 16h02 | atualizado em 13/05/2021 17h14
O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou mensagem na manhã desta quinta-feira (13) aos integrantes da CPI da Covid no Senado afirmando que um “convite” para que a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo compareça ao colegiado seria “uma afronta ao Ministério Público, sem precedentes na história do país”.
Braço direito do chefe do Ministério Público Federal, Lindôra é responsável por coordenar investigações que envolvam autoridades com prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justiça, como governadores.
O pedido de comparecimento da subprocuradora foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Podemos/CE). O parlamentar é da ala governista, que tem lançado estratégias para colocar prefeitos e governadores na mira da CPI, desviando o foco do governo federal
Na mensagem aos integrantes da CPI, Aras afirmou ainda que a PGR “já se comprometeu tanto com a CPI quanto com o próprio senador Girão a entregar toda a documentação disponível” na instituição.
Segundo nota divulgada pela Procuradoria, o chefe do MPF também lembrou os senadores do entendimento do Supremo Tribunal Federal no sentido de que membros do Ministério Público e juízes não devem prestar depoimentos sobre sua atividade-fim.
A mensagem chegou a ser mencionada pelo senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid, durante sessão do colegiado realizada na manhã desta quinta-feira (13).
– Nós temos competência constitucional e temos que aprofundar a investigação nos limites da Constituição, não podemos ir além disso – afirmou Renan após ler trechos da mensagem de Aras.
Os senadores chegaram a abordar o requerimento para o comparecimento de Lindôra e ainda trataram de uma eventual convocação do diretor-geral da Polícia Federal Paulo Maiurino.
O presidente da CPI, Omar Aziz, chegou a dizer que fez um alerta a Girão com relação aos dois requerimentos, no sentido de consultar Lindôra e Maiurino sobre uma eventual convocação ou convite para comparecimento na CPI.
Sobre a subprocuradora-geral da República, o presidente do colegiado afirmou.
– Ela investiga. Ela não pode chegar numa CPI, dizer quem está investigando, quem é bandido [e] quem não é. Até porque ela faz um inquérito, encaminha à Justiça e quem vai decidir, no final, é um juiz, um desembargador ou um ministro. Não é ela quem decide – destacou Aziz.
*Estadão
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