PF realiza nova etapa de operação que apura fraudes no INSS
Operação foi deflagrada por ordem do ministro André Mendonça
Pleno.News - 09/10/2025 10h29 | atualizado em 09/10/2025 11h47

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (9) mais uma fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes em descontos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
A operação foi deflagrada por ordem do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em São Paulo (45), Sergipe (12), Amazonas (1), Rio Grande do Norte (1), Santa Catarina (2), Pernambuco (2), Bahia (2) e no Distrito Federal (1).
Um dos endereços onde houve buscas é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), em São Paulo. O sindicato é ligado a José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O diretor da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, também é alvo da operação.
Milton foi convocado para depor nesta quinta (9) na CPI do INSS, a pedido do senador Rogerio Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado.
Outro alvo da operação é a Amar Brasil, que recebeu cerca de R$ 300 milhões com os descontos. A entidade ainda não se manifestou. O presidente da associação, Américo Monte, também foi convocado para prestar depoimento na CPI.
Essa nova fase da operação mira associações e sindicatos responsáveis por descontos indevidos nas aposentadorias do INSS. São entidades que a PF acredita terem sido usadas para operar o esquema por meio do uso ilegal de dados de aposentados, sem o conhecimento deles.
A Polícia Federal informou que o objetivo das buscas é aprofundar as investigações sobre crimes relacionados às fraudes, como inserção de dados falsos em sistemas oficiais e organização criminosa.
Além disso, os investigadores buscam provas sobre manobras de ocultação e dilapidação patrimonial envolvendo os suspeitos. Houve uma pulverização da maior parte do dinheiro desviado, segundo o inquérito.
O esquema de descontos irregulares nos contracheques dos aposentados começou a ser investigado pela Polícia Federal em abril, quando foi deflagrada a primeira fase da operação.
Entre os principais investigados estão Antônio Carlos Camilo, conhecido como o “Careca do INSS”, apontado como lobista do esquema, e o empresário Maurício Camisotti, ligado a associações suspeitas, além de ex-servidores do INSS. Ambos negam envolvimento nos crimes.
*AE
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