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PF prende 4 desembargadores do TRT-RJ em operação sobre Witzel

Ação apura pagamento de vantagens indevidas a magistrados que teriam beneficiado grupo do governador afastado

Paulo Moura - 02/03/2021 12h06 | atualizado em 02/03/2021 14h34

Wilson Witzel Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (2), a Operação Mais Valia contra desembargadores do Tribunal Regional de Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) e advogados ligados ao governador afastado Wilson Witzel (PSC). Ao longo desta manhã, quatro desembargadores do tribunal foram presos.

No total, os agentes cumpriram 11 mandados de prisão preventiva e outros 26 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, incluindo na sede do tribunal. As ordens foram expedidas a pedido da Procuradoria-Geral da República pela ministra Nancy Adrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A ação foi aberta na esteira das investigações que levaram ao afastamento de Witzel do governo fluminense, em agosto do ano passado. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a etapa apura possível pagamento de vantagens indevidas a magistrados que, em contrapartida, teriam beneficiado o grupo político do governador afastado.

– As medidas cautelares, cumpridas no Rio de Janeiro, decorreram de vasto acervo de provas apontando para a prática de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa – informou o MPF.

No mês passado, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça decidiu aceitar a primeira das três denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal contra Witzel. Com o resultado do julgamento, o ex-juiz foi colocado no banco dos réus por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na esteira da Operação Tris in Idem.

Os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, no Rio de Janeiro, entraram na mira da Procuradoria Geral da República com a delação do ex-secretário de Saúde Edmar Santos. Um dos magistrados, Marcos Pinto da Cruz, foi acusado pelo delator de propor um esquema de propinas envolvendo decisões judiciais a favor de organizações sociais da área da Saúde.

O ex-presidente do TRT, desembargador Fernando Antonio Zorzenon da Silva, também foi citado pela PGR por ter emitido ato favorável a uma empresa ligada a Mário Peixoto, preso da Operação Lava Jato. Quando foi mencionado na denúncia, o magistrado disse, por meio de nota, que sua carreira de quase 40 anos foi pautada na “mais absoluta retidão”.

Confira quais são os 11 presos na operação desta terça:

1. Antônio Carlos de Azevedo Rodrigues, desembargador
2. Eduarda Pinto da Cruz, operadora
3. Fernando Antônio Zorzenon da Silva, desembargador
4. José da Fonseca Martins Junior, desembargador
5. Leila Maria Gregory Cavalcante de Albuquerque, operadora
6. Manoel Messias Peixinho
7. Marcello Cavanellas Zorzenon da Silva, operador
8. Marcos Pinto da Cruz, desembargador
9. Pedro D’Alcântara Miranda Neto
10. Sônia Regina Dias Martins, operadora
11. Suzani Andrade Ferraro, operadora

*Com informações do Estadão

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