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Ex-PGR também está proibido de "aproximar-se a menos de 200 metros de qualquer um dos ministros" da corte

Ana Luiza Menezes - 27/09/2019 18h44 | atualizado em 27/09/2019 18h56

Ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Agentes da Polícia Federal cumprem, nesta sexta-feira (27), a decisão do Supremo em um apartamento ligado a Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, em Brasília. A ação acontece em função da decisão de ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ocorre no âmbito do inquérito que investiga ameaças a integrantes do STF.

Moraes autorizou uma ação de busca e apreensão pela PF em endereços ligados a Janot. Ele também proibiu o ex-PGR de “aproximar-se a menos de 200 metros de qualquer um dos ministros” da corte.

A medida ocorre após o ex-PGR ter declarado à imprensa, na quinta-feira, a intenção de assassinar o ministro Gilmar Mendes em 2017. Ele contou a veículos que, numa ocasião, foi armado ao Supremo com a intenção de matar Gilmar e, em seguida, suicidar-se.

Gilmar encaminhou nesta sexta um requerimento a Moraes pedindo providências contra o ex-procurador-geral da República. Gilmar chamou Janot de “potencial facínora” e defendeu mudanças no sistema de escolha de ocupantes do cargo.

Ele atribuiu ao ex-procurador-geral um “grave problema psiquiátrico” e sustentou que isso atinge todas as medidas que apresentou e foram deferidas pela Corte. Entre as providências estudadas pelo STF estão a retirada do porte de arma de Janot e a proibição de que ele visite a Corte.

O ex-procurador narra o episódio em que cogitou assassinar o ministro num livro de memórias que está lançando neste mês, sem nomear Gilmar. Ele confirmou a identidade de seu alvo ao ser questionado pelo jornal Folha de S.Paulo.

– Tenho uma dificuldade enorme de pronunciar o nome desta pessoa – disse.

Em maio de 2017, como procurador-geral, Janot pediu a suspeição de Gilmar em casos relacionados ao empresário Eike Batista, que se tornara alvo da Lava Jato e era defendido pelo escritório de advocacia do qual a mulher do ministro, Guiomar Feitosa Mendes, é sócia.

Segundo Janot, o ministro do STF reagiu na época lançando suspeitas sobre a atuação de sua filha, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, que é advogada e representara a empreiteira OAS no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

– Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha. Só não houve o gesto extremo porque, no instante decisivo, a mão invisível do bom senso tocou meu ombro e disse: não – disse Janot no livro.

Na entrevista à Folha de S.Paulo, ele disse que seu plano era matar Gilmar antes do início da sessão no STF. “Na antessala, onde eu o encontraria antes da sessão”, afirmou. O ex-procurador disse que não entrou no plenário do tribunal armado.

Em entrevistas à revista Veja e ao jornal O Estado de S. Paulo, Janot acrescentou que pretendia se suicidar depois de matar Gilmar.

*Folhapress

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