Pazuello diz que teve 100% de autonomia para montar equipe
Ex-ministro definiu sua relação com Bolsonaro como "amizade simples"
Pleno.News - 19/05/2021 12h00 | atualizado em 19/05/2021 12h43
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, afirmou que, após assumir o comando do Ministério da Saúde, com a saída do médico oncologista Nelson Teich do comando da Pasta, teve total autonomia para montar sua equipe.
Pazuello também comentou que sua relação com o presidente Jair Bolsonaro era de uma “amizade simples”, sem ter proximidade maior com o mandatário, afirmando que sua indicação para atuar na Saúde teria sido feita por um grupo de oficiais generais que trabalham junto ao governo federal.
Sobre as reuniões com o presidente para tratar de assuntos referentes à Pasta, Pazuello afirmou que essas aconteciam menos do que ele gostaria, dizendo que os encontros aconteciam, em média, uma vez a cada duas semanas. O ex-ministro também afirmou que o presidente nunca lhe deu ordem direta para nada, defendendo que o Executivo nunca impôs nada com relação ao tratamento precoce contra Covid-19.
Com relação às orientações do governo para o combate à pandemia, o general afirmou que era preciso de um dado comparativo para analisar qualquer questão; e, com relação à pandemia, como tudo era “inédito”, “não tem nem rápido nem demorado, nem bonito nem feio”, afirmou Pazuello, falando que foi necessário tempo para construir sua visão sobre a situação do país e citando o caso de Manaus.
O general também afirmou que o planejamento “macro” do ministério estava pronto quando ele chegou à Saúde.
Sobre as contribuições de Bolsonaro com relação ao tema, Pazuello afirmou que as conversas com o presidente eram sempre de “altíssimo nível” para propor soluções.
SUS
Durante o depoimento, Pazuello também tentou contextualizar a frase “não sabia nem o que era SUS” dita por ele assim que assumiu o comando da Saúde, em outubro, após ter administrado a pasta interinamente durante quatro meses.
Segundo disse, ele conhecia o Sistema Único de Saúde de forma simples. E não conhecia escolas particulares, devido à sua carreira militar. Ele sempre foi atendido por hospitais militares e estudou em colégios militares. De acordo com Pazuello, o contexto daquela frase era “que surpresa espetacular”.
*Estadão