Paulo Guedes: ‘Já queria ter me vacinado, acho ótimo’
Declaração foi dada em entrevista a CNN
Pleno.News - 16/03/2021 15h21 | atualizado em 16/03/2021 15h54
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (16) que quer ser vacinado contra a covid-19. No Distrito Federal, onde o ministro despacha diariamente, a imunização dos idosos com 72 e 73 anos começa na próxima quinta (18), e em breve o alcance deve ser estendido à faixa em que está Guedes, que tem 71 anos.
– Já queria ter me vacinado. Acho ótimo. Sou candidato à vacinação. Quero me vacinar – disse o ministro da Economia em entrevista concedida a CNN.
Em dezembro de 2020, em entrevista a jornalistas, Guedes se furtou de responder diretamente sobre se tomaria ou não a vacina.
– Eu, como cidadão, tenho direito à privacidade sobre se vou tomar e qual vacina tomarei – disse.
Na ocasião, o ministro chegou a comparar a escolha de vacinar ao sigilo do voto, garantido pela Constituição.
O contexto da declaração de Guedes em dezembro era outro: o Brasil ainda não havia iniciado a imunização, enquanto outros países davam passos iniciais nessa direção. Além disso, o governo federal ainda mantinha postura refratária às negociações para compra de doses de laboratórios como Pfizer, Janssen e Moderna.
De lá para cá, porém, houve uma explosão no número de casos de infecção por Covid-19 e de óbitos em decorrência dela.
Em Manaus, a falta de oxigênio para dar suporte a pacientes com a doença expôs o sistema de saúde ao colapso e rendeu ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, uma investigação por suspeita de omissão.
Em outras diversas cidades do país em que as UTIs operavam acima de suas capacidades, o número de óbitos por Covid foi acima de 2 mil pessoas por dia, com os governadores decretando medidas duras de isolamento.
Agora, a mudança é no próprio Ministério da Saúde, cujo comando passará das mãos de Pazuello às do médico Marcelo Queiroga.
Embora em dezembro, Guedes tenha tido sigilo sobre sua escolha pessoal em relação à vacinação, ele sempre adotou discurso favorável à vacinação, destacando que a imunização é o que sustentará o fôlego da recuperação econômica.
Na mesma ocasião, Guedes defendeu uma espécie de “passaporte” para os imunizados, assegurando-lhes acesso a locais públicos como cinemas, shoppings, entre outros. Seria um incentivo à vacinação, sem torná-la obrigatória.
Nas últimas semanas, o ministro da Economia intensificou esse discurso juntamente com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Na semana passada, ambos participaram ao lado de Bolsonaro da reunião que selou o acordo do governo federal para a aquisição de doses da vacina da Pfizer, inclusive com antecipação no cronograma, para atender de forma mais urgente à demanda de vacinação no Brasil.
*Estadão
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