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Sérgio Queiroz é o secretário de Proteção Global no ministério de Damares Alves

Rafael Ramos - 15/01/2019 12h26 | atualizado em 15/01/2019 14h12

Sérgio Queiroz assume Secretaria de Proteção Global Foto: Ascom MMFDH/Luiz Alves

Graduado em Engenharia Civil, bacharel em Direito, mestre em Filosofia e servidor público há 25 anos – esta é parte do currículo de Sérgio Queiroz, nomeado pela ministra Damares Alves como chefe da Secretaria de Proteção Global, a antiga Secretaria de Cidadania. A pasta vai cuidar, inclusive, de pautas referentes aos refugiados. Casado com Samara Queiroz e pai de Sérgio Jr, Esther e Débora, o secretário é pastor do Ministério Cidade Viva, na Paraíba.

Em entrevista ao portal UOL, Queiroz se comparou a Martin Luther King Jr. ao explicar que não haverá interferência religiosa em seu trabalho. Principalmente nos temas referentes à promoção dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e no combate à discriminação e promoção dos direitos desse público.

– É como digo: por que não posso ser como Martin Luther King? Ele era batista, da mesma denominação da qual faço parte. Foi, talvez, o que mais fez pelos direitos civis e da população negra. Para mim, o Estado é o Estado, a Igreja é a Igreja e a família é a família e não pode haver intervenções. Ninguém questiona a religião de outros ministros que passaram por aqui; alguns de matrizes africanas ou ateus. O Brasil precisa evoluir nessa concepção.

Sérgio Queiroz conta que já fez campanhas para a proteção de travestis e chegou a fretar uma van com LGBTs que eles ajudavam para participarem de uma festa de aniversário. Ele aproveitou para desmentir boatos sobre a extinção da diretoria voltada para o tema no governo de Jair Bolsonaro.

– Nós mantivemos a exata estrutura que herdamos dos governos anteriores. Todos os cargos e programas foram mantidos. Casais LGBTs, no fim do ano passado, correram para antecipar casamentos, temendo que o governo Bolsonaro proibisse o casamento civil e união estável entre eles. Existe este risco? Não. Nada vai mudar. O governo não vai mexer em direitos que já foram adquiridos, seja na Legislação, na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou em entendimentos do Conselho Nacional de Justiça. Até entendo a comoção social e o medo, devido a algumas caricaturas que foram construídas de que seria um governo homofóbico.

Questionado sobre a polêmica ideologia de gênero, o atual secretário afirmou que o assunto será discutido por muito tempo no país. A equipe do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos fez uma aliança com representantes do tema LGBT e há planos para criação de comitês de formação para o combate à discriminação nos Estados e um mapeamento de locais com alto índice de crimes de intolerância. Entretanto, quando se refere às crianças, ele defende que cabe aos pais ensiná-las sobre respeitar a diversidade.

– Não podemos dizer que uma criança, com quatro ou cinco anos, tem aparato psíquico para ouvir que ela pode ser qualquer coisa. Inclusive, não fundamento minha fala na questão religiosa. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) disse a mesma coisa. A vulnerabilidade na tenra idade deve ser preservada. Não é o momento ideal para que ela receba informações que não tem condições de ponderar. Entendo que a discriminação começa em casa, mas quando você municia a família brasileira a ensinar os filhos a ter respeito com os diferentes, isso muda.

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