Parada LGBT+ em SP adota Hino Nacional e bandeiras do Brasil
"É hora de pegarmos de volta a bandeira do Brasil", disse a coordenadora Leonora Áquilla
Pleno.News - 11/06/2023 16h24 | atualizado em 12/06/2023 14h11

A bandeira do arco-íris, símbolo do movimento LGBT+, coabitou o mesmo espaço que a bandeira brasileira na abertura da 27ª Parada do Orgulho LGBT+ neste domingo (11). No trio elétrico número 1, chamado Avassalador, dois homens trans – um branco e um negro – tremularam duas bandeiras nacionais.
A performance foi feita enquanto a jornalista Leonora Áquilla, coordenadora de políticas públicas para a população LGBTQIA+ da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, cantava uma versão do Hino Nacional usando a técnica lírica.
– Essa bandeira é de todo mundo. É hora de pegarmos de volta a bandeira do Brasil – disse a coordenadora.
A abertura do evento, promovido pela Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOLGBT/SP), com apoio institucional da Prefeitura de São Paulo, foi marcada pelo tom político. Ao longo de mais de uma hora de discursos, políticos comprometidos com a causa LGBT e líderes sociais fizeram várias críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na visão deles, o ex-chefe do Executivo promoveu retrocessos na luta pelos direitos da população LGBT+.










Em um momento da apresentação, a drag queen Tchaka, mestre de cerimônia, repreendeu um grupo de participantes simpáticos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, e que gritava seu nome.
– Nunca mais vamos falar o nome dele – criticou, não permitindo visão política divergente.

Neste ano, o mote da Parada LGBT+ aborda a escassez de políticas sociais para esse público. Sob o tema “queremos políticas sociais para LGBT+ por inteiro e não pela metade”, o desfile tem como foco promover a inclusão da comunidade no acesso às políticas públicas de assistência social.
A discussão aborda os diversos dilemas vividos pela população LGBT+, que se encontra em situação de rua, com a falta de moradia e empregos, pobreza e exclusão social.
Nos últimos anos, o evento tem sido criticado por pessoas da própria comunidade LGBT+, que acusam a Parada paulista de ter se tornado uma vitrine para as empresas e esquecido o caráter de protesto.
SÍMBOLOS
Enquanto integrantes do movimento LGBTQIA+ criticam o que chamam de “sequestro de símbolos nacionais” por parte dos conservadores, que fazem uso da bandeira do Brasil e do Hino Nacional para expressar seus valores patrióticos, cristãos provam do mesmo sentimento quanto ao arco-íris, ícone da causa LGBTQIA+, que muito antes de ser símbolo do referido grupo social, já era materialização da aliança eterna entre Deus e o homem, segundo a passagem bíblica contida no livro de Gênesis.
*Com informações AE
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