Para Renan, amizade com Lula não ‘tira legitimidade’ da CPI
Em entrevista à BBC, senador contou que telefonou para o ex-presidente após ser indicado relator da comissão
Pleno.News - 17/10/2021 12h15
Com a proximidade do fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, membros do colegiado tem aparecido com mais frequência para falar dos trabalhos da CPI. E em entrevista à BBC Brasil, o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), falou sobre seu relatório, disse que pretende indiciar o presidente Jair Bolsonaro e falou de sua amizade com o ex-presidente Lula.
Questionado sobre quais crimes a comissão pretende atribuir a Bolsonaro, o senador falou que serão “11 tipos penais de crimes diferentes”.
– Sem dúvida nenhuma. Nós vamos indiciar o presidente em função do objetivo da própria CPI. Ela se instalou pela necessidade de se dar uma resposta à sociedade sobre de que forma o presidente da República participou ou não, se é responsável ou não pelo agravamento do número de mortes no Brasil e a conclusão da comissão é de que ele é, sim, responsável e tem que ser indiciado por tudo isso. A perspectiva é que nós utilizemos 11 tipos penais de crimes diferentes em função das condutas do presidente da República – apontou.
Renan também falou sobre sua proximidade com Lula e revelou que, ao assumir a relatoria da CPI, telefonou para o ex-presidente.
– Quando eu fui indicado para ser relator da CPI, eu telefonei ao presidente Lula e disse assim: “Olha, presidente, nós só vamos conversar depois que concluirmos os trabalhos da comissão exatamente porque eu não quero, de forma nenhuma, contribuir com a materialização dessa narrativa dos bolsominions de que essa CPI poderia ter a interferência, por exemplo, do presidente Lula” – contou.
O senador então explicou sua relação com o petista.
– Eu sou amigo dele porque eu já fui quatro vezes presidente do Senado Federal, uma parte dessas vezes em governos do presidente Lula, mas eu tenho uma boa convivência com todos os setores da política nacional. Mas o que cabia a mim naquela oportunidade era fazer o filtro, né? Evitar que a CPI entrasse na antecipação dessa disputa presidencial – destacou.
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