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Para ex-diretor do BC, PEC de transição é um “desastre”

Luiz Fernando Figueiredo pontuou que estabilidade é pressuposto para fazer boas políticas públicas e sociais

Thamirys Andrade - 17/11/2022 16h54 | atualizado em 17/11/2022 17h03

Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central Foto: Reprodução / CNN

O presidente do conselho de administração da Jive e ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, fez uma análise do cenário econômico que tem se desenhado no Brasil após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com ele, priorizar o social sem levar em conta a responsabilidade fiscal é um equívoco, gera instabilidade e acaba prejudicando os mais carentes.

– É um enorme equívoco. Todos os países que acharam isso acabaram indo para o buraco, temos muitos exemplos na América Latina. (…) Num país instável a inflação é muito alta. Quem mais perde com a inflação alta são os mais carentes, os desprotegidos. Não adianta vir um gasto fiscal grande suficiente para gerar instabilidade que, no final das contas, é ruim para os mais necessitados – avaliou Figueiredo, em entrevista à CNN Brasil.

Para o ex-diretor do BC, a estabilidade fiscal e o crescimento são pressupostos para fazer boas políticas públicas e sociais.

Figueiredo ainda rebateu a declaração de Lula sobre o mercado ser composto por meros “especuladores”.

– Aqueles que acham que são um bando de especuladores, no final das contas, são os países que estão nos maiores problemas que temos no mundo. Aqueles que levaram a sério os sinais dos agentes econômicos foram para a trajetória correta. Agora, quem acha que são especuladores, vai para caminho como a Venezuela e Argentina – ponderou.

Figueiredo, entretanto, acredita que o Congresso deve reduzir o valor previsto pela PEC de Transição.

– Não acho que o tamanho da PEC está dado. Ela está em quase R$ 200 bilhões, e eu acredito que um número como esse não vai passar. É mais provável que fique perto dos R$ 100 bilhões (…). O Congresso tem toda razão em dizer que não é possível ter esse “waver” por vários anos. Uma coisa é ser de um ano, para que, nesse período, o governo faça todas as coisas necessárias para poder ter um gasto social maior, eventualmente até subir a carga tributária. O que não dá é entregar esse cheque em branco desse tamanho por todo o mandato – analisou.

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